Por Agência EFE
A aparente “normalização” da crise política na Venezuela é um “perigo”, disse o ministro das Relações Exteriores do Peru, Gustavo Meza Cuadra, na segunda-feira. Ele afirma que esta é a razão pela qual ele incentivou a comunidade internacional a agir “com rapidez e firmeza” para que naquele país eleições gerais e livres sejam realizadas.
“Há um esforço do regime (de Nicolás Maduro) para tentar normalizar a situação”, disse o ministro das Relações Exteriores do Peru em uma entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros em Lima.
“A situação econômica é muito séria, mas não no ritmo que vinha anteriormente devido à dolarização e às remessas que eles estão recebendo” dos migrantes que fugiram da crise em seu país, disse ele.
O ministro peruano acrescentou que “essa normalização é um perigo e continua com o tempo (porque) no final do ano, o mandato da Assembleia Nacional é concluído”.
“É um risco, então temos que agir rápido e firme com toda a comunidade internacional neste momento”, afirmou.
Meza Cuadra lembrou que o Grupo de Lima, composto por uma dúzia de países, e o Grupo Internacional de Contato, promovido pela União Europeia, estão trabalhando em abordagens em torno de uma questão de consenso central, que é o chamado para “eleições gerais, grátis, transparente e com acompanhamento internacional”.
“Reafirmar isso permite ampliar a base dos países e aumentar a pressão contra o regime”, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Peru.
O Peru é o segundo país da região, depois da Colômbia, a receber o maior número de migrantes venezuelanos, com cerca de um milhão de pessoas, e no ano passado decidiu solicitar um visto humanitário aos cidadãos da Venezuela que pretendem entrar Território peruano.
O ministro das Relações Exteriores esclareceu que “a razão pela qual agora há menos venezuelanos chegando ao Peru não é exclusivamente porque colocamos a questão do visto humanitário através de uma medida de controle, mas essencialmente porque essas medidas foram replicadas em outros países”.
Além disso, “há uma melhoria relativa na situação econômica da Venezuela; na realidade, a situação é muito grave; 90% da população é pobre, sendo que até recentemente era considerado um país rico”, afirmou.
No entanto, as remessas dos próprios migrantes dolarizaram a economia na Venezuela, insistiu ele.
Paralelamente, o Peru promove com organizações internacionais e países doadores a possibilidade de realizar “uma mesa de doadores para atender às necessidades dos países anfitriões”, pois eles entraram em colapso em seus cuidados de saúde, educação e segurança para os migrantes e suas próprias populações, disse o chanceler.