Por Agência EFE
Uma rede crescente de mais de 350 perfis falsos em redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube “espalham narrativas pró-China” e “tentam desacreditar” as críticas ao regime de Pequim, indica um relatório divulgado quinta-feira no Reino Unido e que coleta o canal público da BBC.
O estudo, realizado pela organização não governamental Center for Information Resilience (CIR), denuncia um esforço concertado de propaganda na internet “que distorce as percepções internacionais sobre questões significativas, eleva a reputação da China entre seus apoiadores” e tenta refutar as acusações contra o estado chinês.
Esta operação, observam os autores, “usa uma mistura de relatos artificiais” e reciclados para “alimentar narrativas pró-China” e antiocidentais.
“As narrativas ampliadas por esses relatos são semelhantes às promovidas por membros do governo chinês e da mídia associada ao Estado chinês”, afirmam.
A rede de supostas contas falsas, postando mensagens em inglês e chinês, aborda e comenta questões como leis sobre armas de fogo nos Estados Unidos, a pandemia, direitos humanos em Xinjiang, conflitos estrangeiros ou discriminação racial e nega acusações contra a China.
Um dos pesquisadores, Benjamin Strick, afirma em comunicado que seu estudo prova que há “um esforço deliberado” para apresentar as questões sob uma luz favorável à China, com o objetivo de “deslegitimar o Ocidente”.
O CEO do CIR, Ross Burley, ressalta que a operação detectada “se assemelha” a outras anteriormente eliminadas pelas plataformas de mídia social e provavelmente “será uma continuação dessas”.
“Instamos as plataformas mencionadas neste relatório a investigarem essa rede, atribuí-la formalmente e eliminá-la. É importante expor os responsáveis por sua existência ”, declara.