O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, elogiou ontem (15) a “corajosa agenda de reforma” da Argentina e descreveu o país como uma “inspiração” para o hemisfério e para o mundo.
Em uma reunião com o presidente Mauricio Macri, Pence ressaltou que “a Argentina iniciou um renascimento econômico e político”.
“Nós os parabenizamos pelo feito”, disse o vice-presidente. Cabe destacar que Macri e o presidente Donald Trump mantêm um relacionamento pessoal desde seu tempo como empresário.
Desde que tomou posse em dezembro de 2015, o presidente Mauricio Macri lançou uma série de reformas econômicas favoráveis à liberdade de mercado que foram destacadas por Pence.
O setor privado tem elogiado repetidamente a decisão de Macri de reduzir os gastos públicos e os impostos sobre a exportação, e seus esforços para corrigir as distorções econômicas que causaram uma alta da inflação no governo anterior.
“Ele removeu as barreiras para permitir o crescimento, o investimento em infraestrutura, a adesão à OCDE”, explicou Pence em um gesto de apoio à administração de Macri.
Eles concordaram que existe a necessidade de “aumentar o comércio bilateral para o benefício mútuo”.
Venezuela no centro da cena
Durante a reunião na Quinta Presidencial de Olivos, Pence e Macri também conversaram sobre a crise na Venezuela.
O vice-presidente americano agradeceu ao presidente argentino por sua clara posição contra os avanços do governo de Nicolás Maduro contra as liberdades políticas e a liberdade de imprensa.
Ele também pediu aos países da América Latina para que adotem uma postura mais firme de oposição às mudanças políticas na Venezuela.
“Precisamos apoiar o povo venezuelano em sua luta pela liberdade”, disse Pence durante a conferência de imprensa.
Ele acrescentou que para “restaurar a democracia através de meios pacíficos, é preciso aumentar a pressão diplomática e econômica sobre o regime de Maduro”.
Os Estados Unidos “não ficarão de braços cruzados enquanto a Venezuela entra em colapso”, disse ele.
“Temos que exercer pressão política e econômica extrema para alcançar o mais rápido possível que não haja prisioneiros políticos e para que haja a separação entre os poderes”, concordou Macri.
No entanto, o presidente disse que a Argentina e seus parceiros do Mercosul — Brasil, Paraguai e Uruguai — ao contrário do que disse Donald Trump dias atrás, acreditam que a intervenção militar não é uma opção para resolver a crise na Venezuela.
“O caminho não é a utilização da força, e sim aprofundar a exigência política e ter em conta a realidade econômica para ver como podemos ajudar para que a democracia seja restaurada”, declarou.
“Compartilhamos a preocupação com a querida Venezuela, pelo que estão passando os venezuelanos, e reiteramos a necessidade de exigir de Maduro um calendário eleitoral, o respeito à liberdade, que solte os presos políticos, que respeite a independência [de poderes] e que pare com as ações que levaram a Venezuela a empobrecer e que causaram muitos prejuízos”, disse Macri.
Pence chegou ontem a Buenos Aires vindo da Colômbia, onde se reuniu com o presidente Juan Manuel Santos. Hoje e quinta-feira visitará o Chile, e sexta-feira encerrará sua passagem pela América Latina no Panamá.
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