Por Agência EFE
O esquerdista radical Pedro Castillo foi proclamado presidente eleito do Peru na segunda-feira, um mês e meio após as eleições em que venceu Keiko Fujimori.
Depois de declarar infundados os últimos recursos legais apresentados por Fujimori, o Júri Eleitoral Nacional (JNE) endossou os resultados da votação de 6 de junho, na qual Castillo obteve 50,12% dos votos válidos, uma vitória estreita de apenas 44.263 votos de vantagem sobre Fujimori.
A proclamação de Castillo veio oito dias após a mudança presidencial programada para 28 de julho, dia em que o Peru celebrará 200 anos de sua independência e o atual presidente interino, Francisco Sagasti, entregará a chefia do Estado a Castillo.
Na sessão plenária do JNE realizada por meio de videoconferência, a oficial Dina Boluarte também foi proclamada vice-presidente.
Ao contrário de seus antecessores, o radical esquerdista Castillo começará seu mandato com apenas um vice-presidente, já que Vladimir Cerrón, o líder e fundador do partido marxista Peru Libre, foi invalidado como candidato após ter uma firme condenação por corrupção.
Entre os convidados da breve sessão estavam o próprio Castillo, assim como a Primeira-Ministra, Violeta Bermúdez; o chefe do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE), Piero Corvetto; e a chefe do Registro Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec), Carmen Velarde.
Também estiveram presentes os chefes das missões de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE), órgãos que têm endossado a legitimidade das eleições peruanas junto a governos como os Estados Unidos e Canadá, entre outros países.
Antes da proclamação, Fujimori antecipou que respeitará a proclamação do JNE, apesar de considerá-la “ilegítima” por continuar a considerar que houve fraude no dia das eleições.
Castillo assumirá a presidência para o período de 2021-2026 com um discurso profundamente reformista que inclui uma nova Constituição considerando que a atual, que emergiu do “autogolpe” do estado de Fujimori em 1992, promoveu uma economia neoliberal cujo progresso econômico não resolveu as profundas desigualdades.
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