A política argentina Patricia Bullrich, presidente do partido de oposição Proposta Republicana, anunciou neste domingo (22) que apresentará um pedido à DEA, agência antidrogas dos Estados Unidos, para prender o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, quando este chegar à Argentina nos próximos dias.
“Amanhã (segunda-feira) farei uma apresentação à DEA. Porque há um pedido de captura contra Maduro por sua participação no Cartel de los Soles”, disse Bullrich em declarações à imprensa local, o que, segundo indicou, poderia levar à prisão do presidente venezuelano pelas denúncias às quais responde nos EUA por narcotráfico.
Até o momento, o líder chavista não confirmou presença na VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que acontecerá em Buenos Aires no dia 24 de janeiro e na qual estará presente o presidente argentino, Alberto Fernández, como anfitrião, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bullrich, que foi ministra da Segurança durante a gestão de Mauricio Macri (2015-2019), baseará seu pedido em um acordo bilateral assinado entre Argentina e Estados Unidos em 1998, segundo disse à emissora de rádio “Rivadavia”.
“Se um argentino denuncia que uma pessoa procurada nos EUA está aqui, os escritórios da DEA na Argentina podem operar em relação à prisão da pessoa que tem um pedido de extradição para os EUA”, destacou, para em seguida lembrar que Maduro “é procurado por participação e ser um dos líderes do Cartel de los Soles”.
Segundo uma investigação realizada nos EUA, o Cartel de los Soles deve seu nome às insígnias usadas nos uniformes de soldados venezuelanos de alta patente, envolvidos em atividades criminosas, entre as quais se destaca o narcotráfico.
“Focamos na prisão de Maduro”, ressaltou Bullrich, que é membro da principal coalizão de oposição argentina, a Juntos pela Mudança, e já havia solicitado a prisão “imediata” do venezuelano na última quinta-feira.
“Se Nicolás Maduro vier à Argentina, deve ser imediatamente preso por ter cometido crimes contra a humanidade. Como aconteceu com Pinochet em Londres em 1998. A Justiça deve agir para proteger a validade universal dos direitos humanos”, escreveu no Twitter.
Esta denúncia se soma à apresentada na quarta-feira passada pelo Fórum Argentino para a Democracia na Região (FADER) perante a Justiça argentina contra Maduro e seus homólogos da Nicarágua, Daniel Ortega, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, para que sejam investigados por “crimes contra a humanidade”.
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