O Proposta Republicana (PRO), partido de centro-direita do ex-presidente da Argentina Mauricio Macri e da atual ministra da Segurança, Patricia Bullrich, descartou a possibilidade de se fundir com A Liberdade Avança, legenda liberal do atual presidente do país, Javier Milei.
A liderança do PRO, em assembleia realizada na quinta-feira em meio a intensos debates, decidiu não se fundir com os libertários. A principal razão para essa decisão foi manter a identidade e os princípios do partido sem se diluir em uma aliança que poderia comprometer seus valores fundamentais.
“Noventa por cento votaram por uma renovação, um estilo diferente de liderança que manterá o PRO como um partido independente que apoiará este governo”, declarou à imprensa o deputado Martín Yeza, presidente da assembleia.
A decisão de não se fundir com os libertários significa que o PRO terá que repensar sua estratégia eleitoral. Sem a aliança com Milei, o partido precisa consolidar sua base e definir sua plataforma para as próximas eleições legislativas, que ocorrerão em 2025 e nas quais metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado serão renovados.
Além disso, em uma reviravolta inesperada na política argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, decidiu romper politicamente com Mauricio Macri, marcando uma profunda mudança dentro do PRO. Bullrich anunciou sua separação política do ex-presidente em meio a tensões crescentes e diferenças estratégicas sobre a direção do partido.
“Não podemos ficar, mais uma vez, no meio do caminho”, disse Bullrich em declaração na qual ela criticou uma suposta falta de firmeza nas decisões de Macri.
“Estou surpreso que Bullrich e sua equipe digam que o PRO é um pequeno partido de perdedores; isso não é verdade”, respondeu Yeza.
A divisão gerou tensões internas nos blocos do PRO no Congresso. Os deputados e senadores do partido agora estão divididos entre os leais a Bullrich e os apoiadores de Macri. Essa divisão pode prejudicar a coesão e a eficácia legislativa do PRO, afetando sua capacidade de apresentar uma frente unida nas próximas eleições e em decisões parlamentares importantes.
Bullrich demonstrou ser a favor de uma liderança forte e decisiva, distanciando-se do que ela vê como a “indecisão” de Macri. O ex-presidente ainda não comentou publicamente sobre a separação, embora fontes próximas citadas pela imprensa argentina indiquem que ele está avaliando sua posição e os próximos passos no cenário político.