O partido Vamos Venezuela (VV), da líder opositora María Corina Machado, responsabilizou o ditador Nicolás Maduro pelo “cerco” na noite de sexta-feira (06) à residência oficial da Embaixada da Argentina em Caracas.
A sede diplomática está sob custódia do Brasil desde a expulsão da missão diplomática argentina, e seis opositores venezuelanos se refugiam no local desde março.
“Patrulhas com agentes do regime continuam chegando à sede da Embaixada da Argentina em Caracas. Consideramos Nicolás Maduro responsável por esse cerco contra nossos líderes asilados”, escreveu o partido na rede social X (ex-Twitter).
Anteriormente, o coordenador internacional do VV, Pedro Urruchurtu – um dos refugiados – declarou que agentes da Direção de Ações Estratégicas e Táticas (DAET) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), juntamente com homens “encapuzados e armados, cercam” o local.
Por sua vez, o ex-deputado Omar González, que também está na residência oficial, denunciou um corte do fornecimento de energia e explicou que uma “pequena planta de emergência” foi acionada para evitar um apagão.
Além de Urruchurtu e González, estão na residência da Embaixada argentina Magalli Meda, que foi chefe de campanha presidencial do partido; Claudia Macero, coordenadora de comunicações do VV; Humberto Villalobos, coordenador eleitoral do Comando de Campanha do VV; e o ex-ministro Fernando Martínez Mottola, assessor da Plataforma Unitária Democrática (PUD), a principal coalizão de oposição ao regime de Nicolás Maduro.
Os seis opositores se refugiaram na Embaixada argentina depois que o Ministério Público do regime os acusou de vários crimes, incluindo conspiração e traição.
No final de julho, esse grupo de opositores denunciou que “oficiais de segurança do regime” estavam do lado de fora do local e tentavam “tomar essa sede diplomática”, o que eles descreveram como uma “grave violação do direito internacional”.
Desde agosto, o Brasil está encarregado da custódia das sedes diplomáticas de Peru e Argentina na Venezuela, assim como da representação de seus interesses e cidadãos no país, após a expulsão dos membros de ambas as legações.
Além do Peru e da Argentina, Nicolás Maduro também exigiu que Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai retirassem “imediatamente” seus representantes, como retaliação por suas contestações sobre o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, nas quais Maduro foi proclamado vencedor de forma fraudulenta por órgãos do regime.
O Brasil também assumiu a custódia dos seis refugiados da oposição.