Por Agência EFE
O parlamento do Iraque ordenou hoje (6) a apuração manual dos votos em todos os centros eleitorais pelas suspeitas de fraude e falsificação durante os pleitos realizados no país no último dia 12 de maio, disse à Agência Efe uma fonte parlamentar.
Em uma sessão extraordinária, a maioria dos 173 deputados da Câmara decidiram suspender o artigo 38 da lei eleitoral, que estipulava que a apuração das cédulas seria realizada de forma eletrônica — pela primeira vez no Iraque — e que passaria a ser, a partir de agora, manual.
Além disso, os membros do Comitê Supremo Eleitoral serão substituídos por nove juízes, que serão os encarregados de supervisionar esta nova apuração de votos, segundo a fonte, que pediu anonimato.
Na sessão, também ordenaram suspender os resultados da diáspora iraquiana e das pessoas deslocadas pela ocupação durante três anos do grupo jihadista autodenominado Estado Islâmico (EI), cuja derrota foi anunciada pelo primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, em dezembro do ano passado.
Al Abadi disse ontem que houve “graves violações” nas eleições parlamentares, depois que foram apresentadas múltiplas queixas contra a apuração de votos e de possíveis falsificações.
Por sua parte, o Conselho Supremo de Justiça apontou também que não há nenhum texto legal que dê autoridade, nem ao comitê eleitoral nem ao poder judiciário, para anular os resultados dos pleitos.
A comissão eleitoral anulou um total de 1.021 urnas em diferentes centros eleitorais até o momento.
Os resultados dessas eleições deram a vitória à coalizão integrada pelo movimento do clérigo xiita Moqtada al Sadr e pelo Partido Comunista iraquiano.