Parlamento Europeu decide condenar tentativa de ‘golpe de Estado parlamentar’ na Venezuela

Por Anastasia Gubin 
16/01/2020 22:14 Atualizado: 17/01/2020 08:54

Por Anastasia Gubin

Em sessão plenária, o Parlamento Europeu decidiu na quinta-feira condenar a tentativa de golpe do regime de ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela para impedir a reeleição de Juan Guaidó como presidente da Assembleia Nacional Venezuelana.

“Em uma resolução aprovada com 471 votos a favor, 101 contra e 103 abstenções, a Câmara denuncia a tentativa do regime de Nicolás Maduro de colocar o candidato pró-governo Luis Parra como o novo presidente da Assembléia Nacional”, disse um comunicado datado do Parlamento em 16 de janeiro.

Em 5 de janeiro, as forças armadas impediram os membros do Parlamento oposto ao chavismo e ao presidente encarregado, Juan Guaidó de acessarem a Assembleia Nacional.

Juan Guaidó para perto de uma tentativa de entrar na sede da Assembleia Nacional, vigiada pela polícia, a fim de impedir a entrada de deputados da oposição no domingo, em Caracas, Venezuela (EFE / Rayner Peña)

Apesar de tudo, Guaidó foi reeleito com o quórum de votos necessários em uma sessão paralela que ocorreu em um escritório ao lado do Parlamento.

O Europarl Parliament lembrou que Guaido foi reconhecido como presidente legítimo da Venezuela por mais de cinquenta países e também pelo Parlamento Europeu. Guaidó foi reeleito em uma sessão paralela que ocorreu em um escritório ao lado do Parlamento.

“O Parlamento Europeu considera os fatos – um golpe de Estado parlamentar orquestrado pelo regime ilegal de Nicolás Maduro”, destaca o documento.

A resolução adotada, que estará disponível para o público, foi acompanhada de forte apoio a Guaidó como presidente legítimo da Assembleia Nacional e presidente interino da Venezuela.

Em 23 de janeiro de 2019, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, foi proclamado presidente encarregado da Venezuela, de acordo com a constituição após declarar as eleições presidenciais de 2018 organizadas por uma Assembleia Constituinte criada por Nicolás Maduro para reeleição como inválidas.

“A União Europeia, incluindo 25 de seus membros, reconhece Guaidó como presidente legítimo”, afirmou o comunicado.

Ao mesmo tempo, destaca que os parlamentares europeus “deploram as graves violações do funcionamento democrático da Assembleia Nacional, o único órgão democrático do país legitimamente eleito e cujos poderes devem ser respeitados”.

“O texto enfatiza que a União Europeia está disposta a apoiar um processo genuíno que leva a uma resolução pacífica e democrática da crise venezuelana”, afirmou.

Sanções

O Parlamento também solicitou ao Alto Representante da União Européia (UE) para Política Externa, Josep Borrell, que fortaleça a ação da UE em apoio à restauração da democracia na Venezuela.

Uma das propostas “é a extensão das sanções contra os envolvidos em violações dos direitos humanos e a repressão e extensão dessas sanções a suas famílias”.

“Os eurodeputados também exigem o envio de uma missão de pesquisa ao país para avaliar a situação no terreno”.