Por EFE
O Parlamento da Letônia adotou nesta quinta-feira uma declaração que classifica a Rússia como patrocinadora estatal do terrorismo e incentiva outros países a adotarem iniciativas semelhantes, além de pedir que a União Europeia (UE) pare de emitir vistos de turismo a cidadãos russos e bielorrussos.
A declaração foi adotada pelos parlamentares por um placar de 67 votos a favor, nenhum contra e abstenção apenas dos deputados do partido social-democrata Harmony, da oposição ao governo do país báltico.
O texto refere-se à invasão da Ucrânia e às ações das Forças Armadas da Rússia no país vizinho como o principal motivo para considerá-la um “Estado terrorista”.
O texto também destaca o “apoio de longa data da Rússia a regimes e organizações terroristas e seu financiamento”.
“A Rússia é a maior fornecedora de armas ao regime (de Bashar al) Assad na Síria e realizou ataques em países soberanos, incluindo o envenenamento da família Skripal no Reino Unido e a queda do voo MH-17 da Malaysia Airlines, que matou 298 pessoas”, enfatiza a declaração.
Os legisladores letões lembraram ataques russos a alvos civis, “incluindo um ataque deliberado a um teatro em Mariupol que matou cerca de 600 pessoas, ataques com mísseis a uma área residencial perto de Odessa que matou ao menos 21 e um ataque a um centro comercial em Kremenchuk que matou 19 civis”.
A declaração também cita um ataque com mísseis contra instalações portuárias em Odessa um dia após um acordo para permitir a exportação de grãos daquela cidade ucraniana ter entrado em vigor.
Quanto aos vistos turísticos, a Embaixada da Letônia em Moscou já deixou de emiti-los aos cidadãos russos, exceto para as pessoas que comparecem a funerais de parentes próximos.
A primeira-ministra estoniana, Kaja Kallas, disse no Twitter na última terça-feira que o turismo de russos para países da UE deveria ser suspenso.
“Visitar a Europa é um privilégio, não um direito humano”, declarou ela.
Por outro lado, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou o Parlamento da Letônia de se guiar por “xenofobia” depois da aprovação dessa declaração classificando O Estado russo como “patrocinador do terrorismo” e incentivando outros países a aprovar iniciativas semelhantes.
“Se levarmos em conta que não há fatos, além de uma animalesca xenofobia, na qual esta decisão se baseia, seus ideólogos só podem ser chamados de neonazistas”, escreveu a diplomata em seu canal na plataforma de mensagens Telegram.
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