Por Alicia Marquez
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, alertou nesta quinta-feira sobre a ameaça que uma possível entrada da China na região por meio de um Tratado de Livre Comércio (TLC) pode significar para os parceiros do Mercosul, após a conclusão da cúpula do Mercosul em Assunção.
O Uruguai confirmou que iniciará negociações com a China para um TLC, o que gerou tensões entre os membros do Mercado Comum do Sul – tensões que se tornaram mais visíveis na ausência do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na cúpula.
Diante disso, Abdo disse que respeita a autonomia de cada país, mas que a posição do Paraguai continua sendo “negociando em bloco”.
“A entrada da China com tarifas preferenciais na região é uma questão que não podemos negar que preocupa o Paraguai e toda a região, porque têm custos muito competitivos e que podem ameaçar indústrias, tanto no Paraguai quanto na Argentina e Brasil”, disse Abdoa. jornalistas em entrevista coletiva, após encerrar a cúpula dos presidentes do Mercosul na cidade paraguaia de Luque.
“Estamos preocupados com a possibilidade de negociar sem acordo e que todos possamos defender as políticas que consideramos importantes para nossos países”, acrescentou.
Questionado sobre as relações entre Paraguai e Taiwan, o presidente disse que “o Mercosul é um bloco à parte” e elogiou suas relações bilaterais com Taiwan, e com isso o seu reconhecimento acima da relação com o Partido Comunista Chinês (PCCh).
Adbo disse que nem o Paraguai nem Taiwan terão problemas com o país sul-americano ter relações comerciais com Pequim. No entanto, enfatizou que quem tem problemas em ter relações comerciais é o regime chinês.
O presidente rejeitou com veemência a possibilidade de negociar o vínculo que mantém com Taipei diante de possíveis condições da China.
“Não. Enquanto eu for presidente, não”, disse.
Durante a cúpula desta quinta-feira, o presidente argentino Alberto Fernández defendeu um Mercosul “unido”, propondo negociar um acordo comercial com a China para o bloco, referindo-se às tentativas do Uruguai de avançar individualmente um acordo com Pequim.
“Se há uma oportunidade para a China ter um acordo com o Mercosul, por que não analisamos juntos, por que não vemos a viabilidade juntos?”, perguntou Fernández.
Também afirmou estar disposto a debater uma “flexibilidade” do Mercosul proposta por seu homólogo uruguaio, Luis Lacalle Pou, desde que esse debate ocorra com o consenso dos Estados membros.
Por sua vez, o chanceler do Uruguai, Francisco Bustillo, reafirmou nesta quarta-feira a adesão de seu país ao Mercosul, mas defendeu seu poder de negociar novos acordos comerciais com terceiros isoladamente ou em bloco.
Com informações da EFE.
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