Com o aumento das tensões internacionais, como a guerra na Ucrânia e os movimentos recentes da Rússia, países escandinavos tomaram medidas para fortalecer a preparação de suas populações para cenários de crise.
Na Suécia, cidadãos começaram a receber, na última semana, uma versão atualizada do panfleto “Se houver crise ou guerra”. A nova edição, que dobrou de tamanho em relação à anterior, traz orientações detalhadas sobre como lidar com situações de conflito ou catástrofes inesperadas.
Esse movimento não é restrito à Suécia. Na Noruega, 2,2 milhões de cópias de um guia similar foram distribuídas recentemente.
Enquanto isso, a Finlândia publicou um manual digital com informações sobre como sobreviver a crises, incluindo apagões durante o rigoroso inverno.
As orientações enfatizam a necessidade de manter estoques de alimentos não perecíveis, medicamentos e fontes alternativas de energia.
No material sueco, destaca-se uma mensagem clara de resistência: “Se a Suécia for atacada por outro país, nunca desistiremos”.
O governo, no panfleto, orienta os cidadãos a:
- Estar preparados para, em caso de guerra, defender o país e a liberdade, com a possibilidade de convocação para pessoas entre 16 e 70 anos;
- Se organizarem para enfrentar sozinhos por pelo menos uma semana, com itens como galão de água, agasalhos, alimentos enlatados, rádio a pilha e materiais de higiene e primeiros socorros;
- Planejar com antecedência para evitar situações de emergência;
- Conhecer a localização dos abrigos e os diferentes tipos de sirenes de alerta em suas cidades.
Embora a Finlândia já tenha uma forte tradição de prontidão militar devido à proximidade com a Rússia, a Suécia tem acelerado seus esforços para reconstruir a infraestrutura de defesa, que havia sido reduzida ao longo das últimas décadas.
Especialistas ouvidos pela BBC observam que, enquanto a Finlândia se preparou historicamente para conflitos, a Suécia está retomando essa conscientização.
Apesar das orientações detalhadas, surgem dúvidas sobre a viabilidade de implementar as recomendações em lares com recursos ou espaço limitados. A estratégia dos países escandinavos, no entanto, busca fortalecer a resiliência coletiva diante de um cenário global cada vez mais imprevisível.