Autoridades migratórias do Mercosul pretendem “dar passos para a integração real” de seus sistemas de informação para promover a circulação livre e segura de seus cidadãos, disse à Agência EFE o titular da Direção Nacional de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter.
Ele participou na terça-feira do Fórum Especializado de Migração do Mercosul (FEM), realizado como parte da agenda da presidência rotativa do mecanismo de integração em Assunção.
“Demos muita ênfase à livre circulação de pessoas, como exemplo do que foi alcançado na Europa, no espaço Schengen (de livre circulação), salvando as distâncias. Queremos dar passos em direção à integração real em nossa região”, disse.
Kronawetter ressaltou que a ideia apresentada aos países é “fazer integrações de computadores, trocar dados em tempo real ou gerenciar algumas identidades digitais” para que “possam ser internacionalizados”.
Ele também enfatizou a importância de criar mecanismos de “resposta imediata” para as pessoas deslocadas por desastres socionaturais, simplificando os processos de migração e fornecendo abrigos, como forma de evitar que elas “caiam em redes que possam explorá-las”.
Uma das conclusões do fórum foi um apelo às autoridades de cada país para que criem uma mesa redonda técnica para integrar os sistemas de alerta e troca de informações, assim como a validação de identidades por meio do cruzamento de dados de passaportes e carteiras de identidade.
Por sua vez, quando questionada sobre um projeto de acordo sobre a gestão da migração no caso de um influxo maciço de pessoas deslocadas de um membro do Mercosul ou de um estado membro associado, a coordenadora administrativa da Direção Nacional de Migração do Uruguai, Soledad Sánchez, disse que a iniciativa busca uma “migração ordenada e regular” nesse cenário.
Sánchez elogiou o fato de que na região há uma tendência à digitalização de documentos de identidade e sistemas de verificação automática, mas advertiu que falta uma “plataforma onde as informações possam ser compartilhadas com segurança”.
Já a diretora geral de Migração da Bolívia, Katherine Calderón, referiu-se às discussões para a atualização de um guia regional para a detecção precoce do tráfico de pessoas.
O guia, explicou Calderón, “será implementado nas fronteiras terrestres”, com o objetivo de que as autoridades atuem em conjunto para desmantelar as redes de tráfico de pessoas.
Sobre a gestão da migração de pessoas deslocadas por desastres naturais ou sociais, ela indicou que cada país está trabalhando para estabelecer “um canal ou instrumento” que permitirá que os migrantes encontrem um novo lugar para se estabelecer.