Pacto da ONU para Migração: Emmanuel Macron é “culpado de traição”, diz general francês

Aprovado em Marraquexe em 10 e 11 de dezembro por vários países membros da ONU, incluindo a França, o Pacto Mundial sobre Migração ainda tem que ser submetido a uma votação final de ratificação em 19 de dezembro na Assembleia Geral das Nações Unidas

17/12/2018 16:53 Atualizado: 17/12/2018 16:53

Por Epoch Times

Na semana passada, o general Antoine Martínez escreveu uma carta aberta ao presidente francês Emmanuel Macron, instando-o a abandonar o Pacto Mundial das Nações Unidas para uma Migração Segura, Ordenada e Regular. O documento também foi assinado por um ex-ministro da Defesa e uma dezena de oficiais gerais.

Quando o chefe de Estado estava prestes a aprovar o Pacto na Conferência Intergovernamental em Marraquexe em 10 e 11 de dezembro, o General Martínez pediu especificamente a Macron que parasse.

“Você não pode ceder a este novo (plano) de soberania nacional sem um debate público, enquanto 80% da população francesa considera necessário parar ou diminuir drasticamente a imigração”, escreveu a autoridade.

Uma clara alusão à pesquisa publicada pelo Journal du Dimanche, no início de dezembro, que indica que 8 em cada 10 franceses acham que a França não deve acolher mais imigrantes.

“Ao decidir assinar este pacto sozinho, você adiciona mais um motivo de rebelião à ira de um povo já maltratado. Você poderá ser acusado de negação da democracia ou mesmo de traição contra a nação”, acrescenta o ex-general da Força Aérea.

O risco de “incitação à migração”

Antoine Martínez também compartilha os temores manifestados por aqueles que acreditam que o texto apresentado como “não vinculante” pode acabar “sendo imposto na legislação francesa por meio de tratados preexistentes ou o princípio de responsabilidade comum estabelecido neste acordo”.

As jurisdições dos países signatários poderão se ver obrigadas a basear suas futuras arbitragens de acordo com as regras promulgadas pelo Pacto.

Além disso, o general Martínez adverte o presidente Macron sobre “o risco de uma custosa incitação à migração”, quando “as finanças de nosso país empalidecem e nossa dívida continua progredindo”.

Garantindo a coerência e a coesão

O oficial também alertou Emmanuel Macron sobre o perigo de a integração irregular das populações imigrantes pesar sobre a nação.

“Você deve ser capaz, em termos de segurança, de prever as consequências da chegada de populações não europeias”, disse o soldado.

“[…] A essência da política é garantir segurança no exterior e harmonia no interior. No entanto, este acordo só pode dar certo se mantivermos uma certa coerência interna na sociedade que só é capaz de nos permitir querer fazer juntos, o que está se tornando cada vez mais problemático “, continua o oficial, que é autor do livro Quand la Grande Muette Prendra la Parole.

“O Estado francês está um pouco atrasado diante da impossibilidade de integrar diferentes populações, além de culturas totalmente diferentes, que se reagruparam durante os últimos quarenta anos em áreas que não se submetem mais às leis da República.”

“Você é responsável por suas ações perante os franceses. A sua escolha não é um cheque em branco”, conclui o general Martínez, que pede ao chefe de Estado “que adie a assinatura deste pacto e convoque um referendo para que os franceses possam votar sobre este documento “.

“Você não pode decidir sozinho apagar nossos pontos de referência da civilização e nos privar de nossa terra natal”, conclui Antoine Martínez.

Aprovado em Marraquexe em 10 e 11 de dezembro por vários países membros da ONU, incluindo a França, o Pacto Mundial sobre Migração ainda tem que ser submetido a uma votação final de ratificação em 19 de dezembro na Assembleia Geral das Nações Unidas.