OTAN: saída russa do START III desmantela arquitetura de controle de armas

Por Agência de Notícias
21/02/2023 18:36 Atualizado: 21/02/2023 18:36

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou nesta terça-feira que a suspensão do cumprimento por parte da Rússia do Novo START, ou START III, o último tratado de desarmamento nuclear ainda em vigor entre Moscou e Washington, significa que a arquitetura de controle de armas foi “desmantelada” .

“Com a decisão de hoje sobre o Novo START, toda a arquitetura de controle de armas foi desmantelada”, disse o político norueguês em entrevista coletiva na sede da OTAN, ao lado do chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, e do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

Stoltenberg lamentou a decisão da Rússia e instou Moscou a “reconsiderar” e “respeitar os acordos existentes”. Além disso, ressaltou que a medida anunciada hoje por Moscou torna o mundo um lugar “mais perigoso”.

Por esta razão, acrescentou, a OTAN trabalhou “tanto” para envolver a Rússia em questões de controle de armas e os aliados apoiaram o Novo START.

“É por isso que também peço hoje à Rússia que reconsidere sua decisão de suspender sua participação no Novo START”, insistiu.

Stoltenberg lembrou que este tratado é “um dos últimos grandes acordos de controle de armas” ainda existentes, depois que a Rússia “começou a violar” o tratado para a eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcance (INF), que “levou ao desaparecimento” desse acordo “há alguns anos”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira a suspensão do cumprimento por parte de seu país do START III, ou Novo START.

Putin ressaltou que “a Rússia não abandona, mas apenas suspende” o cumprimento do tratado sobre a redução de armamento estratégico ofensivo que expira em 2026, pelo que culpou os Estados Unidos.

O Novo START, que inclui especificamente um sistema de inspeção de arsenais, reduziria o número de ogivas nucleares em 30%, para 1.550 por país.

Além disso, limitou a 700 o número de mísseis balísticos intercontinentais, os implantados em submarinos e bombardeiros estratégicos equipados para armas nucleares.

Também reduziu para 800 o número de lançadores de mísseis intercontinentais, lançadores submarinos de mísseis balísticos e bombardeiros estratégicos equipados para armas nucleares, desdobrados ou não.

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