O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela solicitou ao Ministério Público (MP, Procuradoria Geral) uma investigação sobre uma suposta agressão contra o sistema de transmissão de dados, o que, segundo explicou, atrasou o anúncio do primeiro boletim oficial após declarar o ditador Nicolás Maduro como vencedor das “eleições” presidenciais.
“Solicitamos imediatamente ao procurador-geral da república (Tarek William Saab) que inicie uma investigação sobre as ações terroristas perpetradas contra o nosso sistema eleitoral, contra os centros de votação e também contra funcionários eleitorais,” disse o presidente do CNE, Elvis Amoroso.
Para fazer o anúncio, conforme explicou o funcionário, o órgão eleitoral teve que “solucionar uma agressão contra o sistema de transmissão de dados que retardou, de maneira adversa, a transmissão dos resultados” das eleições, nas quais Maduro foi “reeleito” para um terceiro mandato consecutivo, obtendo 51,20% dos votos, com 80% das urnas apuradas, de acordo com o primeiro boletim.
No entanto, poucas horas antes, a Plataforma Unitaria Democrática (PUD) — a principal coalizão opositora, que participou das eleições com Edmundo González Urrutia como candidato — havia denunciado que o CNE paralisou a transmissão de resultados em uma “quantidade significativa” dos 15.767 centros de votação.
Portanto, o bloco opositor pediu às autoridades que não dessem “um passo em falso” e que, por “uma precipitação autoritária”, não “tentassem destruir a construção cívica que significou que todos” os que desejam “uma mudança neste país” se unissem “em um caminho eleitoral”.
Segundo o primeiro boletim, González Urrutia obteve 44,02% dos votos, resultado que foi prontamente rejeitado por vários dirigentes e ativistas opositores, assim como por cidadãos nas redes sociais que anunciavam uma vitória esmagadora de Urrutia.