O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou nesta sexta-feira (07) que evitar uma expansão da guerra na Ucrânia, provocada pela invasão da Rússia, depende de as forças de direita vencerem as eleições para o Parlamento Europeu deste final de semana.
“A cada dia que passa a esperança de parar a guerra russo-ucraniana diminui, mas nas eleições europeias teremos uma oportunidade”, disse Orbán em declarações à emissora de rádio pública “Kossuth”.
O político conservador, melhor aliado de Moscou entre os líderes da União Europeia (UE), apresenta-se como o defensor da paz contra a “psicose bélica” da qual acusa outros líderes europeus, como o presidente da França, Emmanuel Macron.
Macron anunciou ontem o envio de caças à Ucrânia para ajudar este país a defender-se da invasão russa.
“Neste final de semana teremos uma oportunidade e depois, no outono, se Donald Trump regressar (para se tornar presidente dos Estados Unidos), formaremos uma coligação de paz e com isto iremos parar (a guerra)”, destacou Orbán.
O primeiro-ministro já afirmou anteriormente que espera uma vitória nas eleições europeias para as forças de direita que, acredita, são as que querem a paz na Ucrânia.
“Está sendo preparado um conflito armado indireto (na Europa)”, enfatizou hoje Orbán, apresentando-se como o único líder comunitário que apoia a paz, através de uma negociação com a Rússia, mesmo que isso implique que a Ucrânia aceite perdas territoriais.
Na verdade, Orbán acredita que a Europa está perto de um ponto “sem retorno”.
Hungria e Turquia são os únicos membros da OTAN que até agora não apoiaram militarmente a Ucrânia.
Orbán também critica as sanções da União Europeia contra a Rússia, mas até agora votou a favor de todos os pacotes de punições por conta da agressão contra a Ucrânia.
Em relação à OTAN, o primeiro-ministro reiterou que a Hungria “deve ficar de fora” daquilo que chamou de “missão da Aliança na Ucrânia”, pois, caso contrário, entregaria parte da sua soberania à Aliança.
Segundo as últimas sondagens, o partido Fidesz, de Orbán, terá 43% dos votos e 11 dos 21 deputados húngaros no Parlamento Europeu.
Já o novo partido de oposição de centro-direita, Tisza, teria sete representantes, enquanto a coligação progressista alcançaria dois e o direitista Nossa Pátria, um.