A adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) seria um grave erro que deve ser evitado, afirmou nesta quarta-feira o primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, nas vésperas de uma cúpula do bloco comunitário em Bruxelas.
“A UE está prestes a cometer um erro terrível que deve ser evitado”, disse Orbán em uma entrevista ao portal de notícias “Mandiner”, próximo do governo húngaro.
Orbán reiterou que a Ucrânia, país vizinho da Hungria, não está preparada para ser integrada, acrescentando que nem sequer cumpriu os requisitos para iniciar negociações.
Segundo o primeiro-ministro, com a proposta de início de negociações de adesão, a UE afasta-se das suas próprias regras.
“A adesão é um procedimento que tem um marco muito bem definido”, comentou o chefe do governo húngaro, que considera que a UE deveria antes oferecer “uma associação estratégica”.
Os líderes comunitários se reunirão quinta e sexta-feira em uma cúpula na qual devem decidir sobre o início das negociações de adesão da Ucrânia, o que poderia não acontecer devido a um possível veto húngaro.
Orbán também falou hoje no Parlamento sobre a mesma questão e frisou que, devido à situação econômica da Ucrânia, “todos os países-membros se tornariam contribuintes líquidos” e acrescentou que “atualmente qualquer negociação com a Ucrânia sobre sua adesão à UE é absurda e ridícula”.
“Isto é contrário aos interesses da Hungria”, salientou o primeiro-ministro, considerado o maior aliado da Rússia dentro da UE.
O Parlamento húngaro, onde Orbán tem uma maioria de dois terços, começou hoje a debater uma proposta de resolução que pede ao governo que não apoie o início destas negociações e deverá aprovar o documento na sua sessão de fevereiro.