Opositores venezuelanos no exílio repudiam inelegibilidade de María Corina Machado

Por Agência de Notícias
01/07/2023 12:00 Atualizado: 01/07/2023 12:00

Políticos da oposição venezuelana no exílio repudiaram nesta sexta-feira (30) a inelegibilidade da antichavista María Corina Machado, que a impede de concorrer a qualquer cargo eletivo durante 15 anos.

A inelegibilidade foi divulgada depois que o deputado José Brito solicitou informações à Controladoria-Geral da República sobre a situação de Machado, que se inscreveu como candidata para as primárias da oposição de 22 de outubro, que determinarão o rival do chavismo para as eleições presidenciais de 2024.

Após a notícia, as reações foram rápidas, tanto dentro como fora da Venezuela, onde muitos políticos opositores, incluindo Juan Guaidó, Leopoldo López e Antonio Ledezma, estão exilados.

Guaidó, ex-deputado e ex-presidente do Parlamento, que reside atualmente nos Estados Unidos, manifestou o seu repúdio através do Twitter, onde afirmou que o ditador Nicolás Maduro segue o caminho da Nicarágua, ao deixar políticos opositores inelegíveis.

Maduro está seguindo o caminho da Nicarágua. É assim que o ditador pretende continuar agarrado ao poder, perseguindo e inabilitando a alternativa democrática. Rejeitamos a medida da ditadura contra María Corina Machado”, disse o líder opositor.

Ele também reiterou que, diante desses acontecimentos, “o mundo não pode olhar para o outro lado” e que “é necessário avançar com determinação para que a Venezuela recupere sua democracia”.

Por seu lado, López, coordenador nacional do partido Vontade Popular e ex-prefeito de Chacao, que mora na Espanha desde 2020, manifestou na mesma rede social o seu apoio à candidata inelegível.

“Todo o nosso apoio a María Corina diante desta manobra covarde de Maduro. Isto ratifica a importância das primárias, diga a ditadura o que disser. Eles já disseram, vão deixar todos inelegíveis”, afirmou.

López disse considerar necessário “continuar com as primárias”, com o objetivo de “mobilizar milhões de venezuelanos empenhados em sair da ditadura e conquistar a liberdade”, e sublinhou que “em outubro não serão escolhidos apenas candidatos, mas uma via política”.

Ledezma, que está exilado na Espanha depois de ter ocupado vários cargos públicos na Venezuela, afirmou ainda que a inelegibilidade de Machado era o resultado do “medo” que, na sua opinião, o partido governista tem da oposição.

“Eles têm medo de María Corina, e ela diz: ‘Só há uma entidade, só há uma voz que elege, que é o povo da Venezuela’. A luta continua, é até o fim, até que a tirania caia”, escreveu Ledezma, ex-prefeito de Caracas, ex-legislador e ex-governador.

De acordo com a Controladoria, Machado foi inabilitada após uma investigação sobre seus bens, na qual – segundo a instituição – foram detectados erros e omissões nas declarações juramentadas de bens avaliados.

No entanto, a entidade não esclareceu em que data começou a contar o prazo de inelegibilidade, já que em 2015 a instituição aplicou essa medida por um ano.

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