O candidato à Presidência da Venezuela, o opositor Antonio Ecarri, pediu nesta terça-feira ao Brasil e Colômbia que reconsiderem a decisão de não enviar missões de observação eleitoral para as eleições de 28 de julho.
“Peço à Colômbia e Brasil que reconsiderem, não façam eco às políticas de extremismo, de um lado ou de outro, porque aqui há quem se beneficie com a permanência do país fechado”, disse Ecarri, que se considera independente, em declarações à imprensa venezuelana após uma reunião com o reitor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Juan Carlos Delpino.
Da mesma forma, disse que pediu à CNE que reconsiderasse a decisão de cancelar o convite à União Europeia (UE) para que envie uma missão de observação para as eleições presidenciais.
“Um dia eles dizem que estão violando a soberania e outro dia você vai e pede (à UE) para vir investir na Venezuela, então temos que acabar com essa relação ‘esquizofrênica’ com a comunidade internacional”, acrescentou.
No dia 30 de maio, o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, informou que seu país não enviará uma missão de observação eleitoral às eleições presidenciais na Venezuela, por não ter tempo suficiente para estruturá-la.
“Tínhamos obviamente a intenção de poder enviar alguns observadores técnicos. Tivemos conversas com a Missão de Observação Eleitoral (MOE) para o fazer; no entanto, devido ao tempo não conseguimos estruturar uma observação com as características técnicas que a MOE exigia”, explicou Murillo.
Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que também não enviará missão de observação à Venezuela, sem explicar os motivos da decisão ou esclarecer se participará de uma possível missão de observação do fórum BRICS, fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que também foi convidada pela Venezuela.
Também ainda não foi esclarecido se o Brasil enviará uma missão composta por parlamentares, como já fez para outras eleições em países da região.