Oposição venezuelana desafia Maduro com protestos apesar de reforço militar

Governo mobiliza 1.200 soldados para reforçar segurança antes da posse; oposição convoca manifestações em 9 de janeiro e busca apoio internacional contra o regime.

Por Redação Epoch Times Brasil
06/01/2025 10:16 Atualizado: 06/01/2025 10:16

A tensão política na Venezuela se intensifica à medida que a posse do ditador Nicolás Maduro, marcada para 10 de janeiro, se aproxima. A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, prometeu realizar manifestações em 9 de janeiro, mesmo diante do reforço militar anunciado pelo governo.

Enquanto isso, cerca de 1.200 soldados serão mobilizados para garantir que protestos sejam reprimidos durante o evento oficial, segundo o Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas Bolivarianas (CEO-FANB).

“Iniciámos um destacamento pela segurança e a paz do nosso povo. Somos 1.200 homens e mulheres uniformizados da gloriosa Força Armada Nacional Bolivariana (…) Vamos garantir a paz do país, vamos dar segurança ao povo, vamos garantir que no dia 10 de janeiro o presidente tomará posse. No dia 10 tomamos posse com ele”, disse o coronel Alexander Granko Arteaga, da Direção de Contrainteligência Militar.

Apelo da oposição por mobilização popular

Machado, uma das principais vozes contrárias ao regime chavista, convocou os venezuelanos a saírem às ruas em um ato em protesto contra o que considera um governo ilegítimo. Segundo postagem no X pela opositora, o dia 9 de janeiro será “o dia em de unirmos nossa bandeira em um único grito de LIBERDADE!”.

Enquanto isso, Edmundo González, reconhecido por parte da comunidade internacional como vencedor das eleições de 2024, busca ampliar o apoio diplomático contra a posse de Maduro. O líder opositor empreende uma turnê global e se encontra na segunda-feira (6) em Washington DC para pressionar os governos a não legitimar o mandato de Maduro conforme postagem em seu perfil no X.

Cenário de confrontos e incertezas

O clima de polarização pode levar a confrontos violentos entre manifestantes e as forças de segurança. Grupos de direitos humanos já alertaram para o risco de “repressões mortais” pelo regime de Maduro.

Apesar disso, analistas disseram à rede de televisão CNN Brasil que o futuro imediato da Venezuela dependerá da capacidade da oposição de mobilizar grandes multidões e da resposta do governo a esses movimentos.

Diversos países da região ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a legitimidade das eleições venezuelanas. Enquanto aliados de Maduro, como Cuba e Nicarágua, expressam apoio irrestrito, outros, como Estados Unidos e Colômbia, mantêm postura crítica ao regime.