Por Agência EFE
A oposição venezuelana avaliou nesta quarta-feira o relatório da Missão Internacional de Investigação como “um passo muito importante” para apurar responsabilidades. O documento foi encomendado pela ONU para documentar a situação no país, na qual o regime de Maduro e as autoridades de segurança do Estado são acusadas de cometer crimes contra a humanidade.
“Este é um passo muito importante que ocorreu hoje, que uma missão independente determine que na Venezuela a violação dos direitos humanos é uma política de Estado”, disse o deputado da oposição Miguel Pizarro à EFE, que foi nomeado pelo presidente em exercício, Juan Guaidó, como Comissário das Nações Unidas.
“É extremamente importante, especialmente por causa de nosso esforço para determinar as responsabilidades individuais e as cadeias de comando dentro dos abusos e todos os ultrajes que ocorreram na Venezuela”, acrescentou.
Pizarro disse ainda que o relatório “é um passo na direção certa no longo caminho” pela reparação e justiça às vítimas, e que permite “extrair os abusos” das forças de segurança do Estado venezuelano, como a DGCIM, FAES e SEBIN, a quem acusou de serem “armas de extermínio” e “perseguição”.
“Isso redesenha a ditadura (de Nicolás Maduro) como ela é: um regime opressor que usa as forças do Estado (…) para silenciar a dissidência, a oposição, aqueles que pensam de forma diferente”, continuou Pizarro.
Os crimes identificados pela Missão encomendada pela ONU vão desde execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, prisões arbitrárias e tortura, em uma série de 223 casos que poderiam ser investigados e documentados detalhadamente, apesar do regime venezuelano ter negado autorização para que seus membros entrem no país.
Esses casos são relatados em um relatório de 411 páginas elaborado pela Missão, que analisou um total de 2.891 casos para corroborar o padrão que esses crimes têm seguido na Venezuela, os quais, “longe de serem isolados, foram coordenados e cometidos de acordo com políticas estaduais ”.
Por sua vez, Guaidó disse, por meio de sua conta no Twitter, que este relatório “move a diretoria” a favor da luta da oposição “por liberdade e justiça para as vítimas”.
“O relatório da missão da ONU esclarece qualquer dúvida: Maduro é um criminoso que, além de apoiar o tráfico de drogas e o terrorismo, comete crimes contra a humanidade”, disse ele em uma mensagem postada em sua conta no Twitter.
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