Após Alberto Fernández decidir não concorrer à reeleição na próxima disputa presidencial da Argentina, em anúncio nesta sexta-feira, os principais líderes da oposição destacaram as diversas falhas do seu governo.
Horacio Rodríguez Larreta, prefeito de Buenos Aires e pré-candidato presidencial pela coalizão opositora Juntos pela Mudança, à qual também pertence o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), afirmou que este anúncio constitui “mais um exemplo do fracasso” do Executivo.
“Este governo falhou. Falhou o presidente, falhou a vice-presidente, Cristina Kirchner, toda a equipe”, disse o chefe do governo de Buenos Aires em um vídeo postado em suas redes sociais, no qual menciona a inflação, o aumento da pobreza e a crescente insegurança como principais legados do chefe de Estado.
Já o governador da província de Jujuy (norte) e presidente da União Cívica Radical (UCR), Gerardo Morales, que também lançou sua pré-candidatura presidencial pela Juntos pela Mudança, declarou que o legado do ainda presidente é “mais atraso, mais endividamento, mais inflação, mais pobreza”.
“O governo não pode superar este caos social e econômico com nenhum candidato. Eles não têm liderança nem caráter para governar. Seria uma irresponsabilidade tentar seguir levando o país à ruína”, escreveu Morales em sua conta oficial no Twitter.
Dentro da oposição de esquerda, a deputada e pré-candidata à presidência pela Frente de Esquerda, Myriam Bregman, destacou que a renúncia do presidente à reeleição ocorre “após governar quatro anos com uma frente que deixou os ricos mais ricos e mais pobres aqueles que trabalham”.
“Alberto Fernández renuncia à sua candidatura, mas não poderá apagar o desastre que seu governo significou para as maiorias trabalhadoras. Com a Frente de Todos, os de baixo perderam e os mesmos de sempre ganharam”, criticou, por sua vez, o deputado Nicolás del Caño, também da Frente de Esquerda.
Em vídeo postado em sua conta oficial no Twitter, o presidente argentino anunciou que não se candidatará à reeleição nos pleitos gerais de outubro, ao mesmo tempo em que defendeu a necessidade de usar as primárias para escolher um candidato governista.
Apesar do confronto aberto que mantém com a vice-presidente, Cristina Kirchner, e da divisão dentro de seu gabinete entre os partidários dele e de Kirchner, o presidente argentino disse em sua mensagem gravada que “além das críticas internas e do maior ou menor acompanhamento recebido”, não tem na Frente de Todos “um só adversário”.
Alberto Fernández assumiu o poder em 10 de dezembro de 2019 e entregará a faixa presidencial, como lembrou na publicação, no mesmo dia de 2023, quando a Argentina comemora 40 anos de democracia ininterrupta após a última ditadura cívico-militar (1976-1983).
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