Os dois partidos de oposição de Taiwan romperam a coalizão com a qual disputariam as eleições de janeiro de 2024, depois de não chegarem a um acordo sobre um candidato a presidente, informou a imprensa local nesta sexta-feira (24).
O rompimento ocorreu poucas horas antes do prazo oficial para o registro dos candidatos, liderados por Hou Yu-ih, do Kuomintang (KMT), e Ko Wen-je, do Partido Popular de Taiwan (TPP).
O resultado dessas eleições definirá o curso da política de Taiwan em relação à China, em um momento de tensões crescentes entre Taipé e Pequim, que reivindica a soberania sobre a ilha.
Os dois partidos, que anunciaram formalmente a coalizão em 15 de novembro, esperavam se unir contra o candidato do Partido Democrático Progressista e atual vice-presidente, William Lai (Lai Ching-te), que as pesquisas apontam como favorito.
Hou e Ko se envolveram em um tenso debate ao vivo na tarde de quinta-feira, discutindo por uma hora e meia sobre quem deveria ser o candidato presidencial e culpando um ao outro por não terem chegado a um acordo 24 horas antes do prazo final de registro, informou a agência oficial de notícias CNA.
Os partidos deles haviam concordado em usar um sistema de votação para determinar qual seria o melhor candidato, com o outro sendo o vice.
Em 18 de novembro, a coalizão deveria anunciar a ordem da nomeação final, mas não conseguiu chegar a um consenso devido a divergências sobre a interpretação e a margem de erro das pesquisas: o KMT afirma que seu candidato está na liderança, enquanto o TPP considera que há um empate.
Os dois partidos estenderam as negociações até hoje, mas após o confronto público de quinta-feira, Hou e Ko anunciaram que apresentarão suas respectivas candidaturas presidenciais separadamente.
Enquanto isso, o candidato e vice-presidente do Partido Democrático Popular (PDP), William Lai, continua a liderar as pesquisas, com apoio estável de cerca de 30%.
O mandato da atual presidente, Tsai Ing-wen, que não poderá concorrer a um terceiro mandato, foi marcado pelo aumento das tensões com a China, especialmente quando a então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, fez uma visita a Taiwan, o que gerou grande protesto das autoridades chinesas.
Taiwan – para onde o exército nacionalista chinês se retirou após ser derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil – é governada de forma autônoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania sobre a ilha, que ela considera uma província rebelde para cuja “reunificação” não descarta o uso da força.
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