A maior coalizão de oposição ao governo da Venezuela ─ a Plataforma Unitária Democrática (PUD) ─ convocou nesta terça-feira um protesto para sábado (17) em mais de 100 cidades de diversos países, contra o resultado das eleições de 28 de julho anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, que declarou Nicolás Maduro como vencedor.
A aliança opositora alega que seu candidato, Edmundo González Urrutia, foi o verdadeiro vencedor do pleito, que teria sido fraudado.
Por meio da rede social X (ex-Twitter), a equipe de campanha de González Urrutia compartilhou um link no qual os migrantes venezuelanos podem conferir em que cidade haverá manifestação e convida qualquer pessoa que queira organizar um protesto no local onde se encontra, que não esteja incluído na lista, a escrever para um endereço de e-mail.
A oposição convocou os venezuelanos no exterior – cerca de 7,7 milhões, de acordo com a Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes (R4V) – para exigir respeito aos “resultados de 28 de julho”, que a PUD baseia nos “83,5%” das atas de votação que afirma ter coletado graças a testemunhas e membros das mesas eleitorais, segundo os quais seu candidato venceu Maduro por uma ampla margem.
“Nós nos mobilizamos em todo o mundo. Imprima sua ata e leve-a com sua bandeira”, diz um dos folhetos digitais distribuídos pelo bloco antichavista, que – acrescentou – “onde há um venezuelano, há uma voz pela liberdade”.
Brasília está entre as cidades latino-americanas onde houve convocações, assim como Bogotá e Cúcuta (Colômbia), Quito e Guayaquil (Equador), Montevidéu (Uruguai), Assunção (Paraguai), San Salvador (El Salvador), Punta Cana (República Dominicana) e Cidade do México (México).
Também estão previstas manifestações em Washington, Miami e Nova Iorque (EUA), Madri e Barcelona (Espanha), Amsterdã (Holanda), Bruxelas (Bélgica), Lisboa (Portugal), Roma (Itália), Londres (Reino Unido), Marselha (França) e Melbourne (Austrália).
O protesto, que também vai acontecer na Venezuela, foi convocado no último sábado por González Urrutia e sua principal apoiadora, a ex-deputada María Corina Machado, com o objetivo de mostrar as atas eleitorais que, segundo eles, confirma a vitória da oposição.
Apesar de tudo, Machado, que está sob proteção devido a ameaças, está convencida de que Urrutia será empossado como novo chefe de Estado em 10 de janeiro de 2025, quando começa o novo mandato do governo, segundo disse em entrevista à Agência EFE.
Ela também afirmou que “o mundo inteiro sabe” que Maduro, no poder desde 2013, perdeu as eleições e está tentando realizar “a maior fraude da história”.