O aumento do número de pessoas que fogem do regime comunista bolivariano cresce a cada ano. Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência das Nações Unidas, 1.134.532 imigrantes venezuelanos entraram no Brasil de janeiro de 2017 até julho de 2024. Desse total, 532.773 já deixaram o país.
A Operação Acolhida atendeu ao menos 950 mil venezuelanos, entre imigrantes e refugiados que entram principalmente pelas cidades fronteiriças de Pacaraima e Boa Vista, em Roraima.
Desses, 52% permaneceram no país, 32% saíram e 16% voltaram. Mais de 4 mil atendidos são indígenas venezuelanos.
Segundo o coordenador operacional do programa, general Helder de Freitas, a média mensal é de cerca de 12 mil pessoas acolhidas, mas em agosto esse número saltou para 13.300.
O militar apresentou os dados e explicou a operação durante uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, realizada na sexta-feira (14).
Em parceria com mais de 120 organizações nacionais e internacionais, além da sociedade civil e da iniciativa privada, a Operação Acolhida presta atendimento voluntário aos estrangeiros que cruzam a fronteira.
Para atender essa população foram distribuídos 10 abrigos emergenciais em Boa Vista e Pacaraima.
“Nossa missão é cooperar com os governos federal, de Roraima e do Amazonas em assistência emergencial”, explicou o general. “Visamos o ordenamento da fronteira, o acolhimento e a interiorização de pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente do fluxo migratório.”
Segundo o militar, em um segundo momento, os imigrantes e refugiados são encaminhados para 988 municípios, chamados de “acolhedores”. Somente os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul receberam, juntos, em torno de 112 mil venezuelanos.
Entre as cidades que mais abrigam refugiados estão Curitiba, com 6.939, Manaus, com 5.488, São Paulo, com 5.128, e Chapecó, com 4.510.
“A estratégia tem dado certo, pois conseguimos desafogar nossos abrigos e também as cidades de Boa Vista e Pacaraima”, contou Freitas. “Obviamente, gostaríamos que a quantidade fosse maior.”
A documentação no país também é providenciada. Mais de 630 mil CPFs já foram emitidos. O acolhimento a essas pessoas em situação de vulnerabilidade é um direito imediato a partir do momento em que chegam ao Brasil, conforme explicou o diretor do Departamento de Proteção Social Especial do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Regis Aparecido Spíndola.
“Eles têm as mesmas condições de igualdade em relação aos nacionais”, afirmou Spíndola. “Mesmo se estiverem em uma condição indocumentada, podem acessar os serviços dos Centros de Referência da Assistência Social [Cras], do Centro Especializado de Referência da Assistência Social [Creas], além de acolhimentos, benefícios, programas e projetos.”