Opep prevê aumento recorde da demanda por petróleo em 2021

14/07/2020 17:01 Atualizado: 14/07/2020 17:01

Por EFE

Viena, 14 jul – A demanda mundial por petróleo se recuperará com força em 2021, com um histórico aumento de 7 milhões de barris por dia, impulsionado pela esperada recuperação econômica no ano que vem.

“Em 2021, prevê-se que a procura de petróleo se recupere parcialmente do que aconteceu neste ano com um aumento histórico de 7 milhões de barris por dia”, projeta a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no relatório mensal divulgado nesta terça-feira, em Viena.

Este aumento não compensará o colapso do consumo em 2020, que a Opep avalia como uma queda de 8,95 milhões de barris por dia, uma leve melhora em relação aos 9,07 milhões previstos um mês atrás.

A Opep prevê que o consumo de petróleo também aumentará 25% em 2021 – até uma média de 29,8 milhões de barris por dia – 6 milhões a mais do que prevê para este ano. A organização calcula que o mundo consumirá, em média, 90,7 milhões de barris diários neste ano, e 97,7 em 2021.

INCERTEZA ECONÔMICA

Estes números dependem da recuperação econômica e podem não ser alcançados nos piores cenários, como uma segunda onda da pandemia de Covid-19 que volte a paralisar a economia.

“Isto supõe que a Covid-19 estará contida, especialmente nas grandes economias, que o consumo e o investimento das famílias privadas se recuperem, apoiados por medidas de estímulo”, destaca o relatório.

A Opep projeta um crescimento econômico global de 4,7% para 2021, embora lembre que ainda existem muitas incertezas no horizonte. Para este ano, prevê uma contração de 3,7%.

ALTA DOS PREÇOS

A Opep considera que o aumento dos preços do petróleo nas últimas semanas reflete a melhora do mercado desde maio, quando implementou um corte recorde de 10% na produção mundial.

“Os preços do petróleo bruto continuaram a subir em junho pelo segundo mês consecutivo, dada a melhora contínua dos fundamentos do mercado e a redução gradual do excesso de oferta mundial”, afirma o documento.

Desde maio, a aliança Opep+, composta pelos 13 parceiros do grupo e outros produtores externos, liderados pela Rússia, fechou as torneiras a 9,7 milhões de barris diários para lidar com a queda na procura devido à crise.

O grau de cumprimento, mais de 100% em junho, segundo o relatório, é um elemento central para mostrar aos mercados o empenho dos países produtores na medida.

Se o petróleo da Opep foi cotado a US$ 16,50 em 1º de maio, quando o corte entrou em vigor, ontem estava a US$ 43,38, um aumento de 162%.

Os aumentos têm sido impulsionados por uma queda nos excedentes de petróleo, por sinais de melhora dos fundamentos do mercado e pela expectativa de aumento do consumo no segundo semestre de 2020 e em 2021, diz a Opep.

Um comitê da Opep+, copresidido por Arábia Saudita e Rússia, realizará na quarta-feira uma teleconferência para avaliar as condições do mercado e decidir sobre uma política de cortes.