Por Emel Akan, Epoch Times
Num esforço para enfrentar uma iminente escassez da oferta de petróleo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) discutirá os níveis de produção em sua reunião semestral em Viena, de 22 a 23 de junho. Espera-se que o cartel relaxe seu acordo de corte de produção para acalmar os preços do petróleo.
Novas sanções dos Estados Unidos contra o Irã e uma queda na produção de petróleo venezuelana aumentaram o temor de uma escassez da oferta global, levando a preços acima de US$ 80 por barril em maio. Alguns até especularam que os preços do petróleo poderiam ir além e ultrapassar US$ 100 por barril no próximo ano.
Os preços do petróleo se acalmaram em junho, depois que a Arábia Saudita e a Rússia começaram a discutir a possibilidade de aumentar a produção.
Apesar da feroz oposição do Irã e da Venezuela, espera-se que os produtores da OPEP e não OPEP, incluindo a Rússia, cheguem a um acordo em Viena para aumentar a oferta.
O ministro iraniano do petróleo, Bijan Zanganeh, criticou o presidente norte-americano Donald Trump em 19 de junho, dizendo que o petróleo não é uma arma ou uma ferramenta política.
“O presidente Trump acha que [ele] pode pedir à OPEP e instruir a OPEP a fazer algo… Isso não é justo, eu acho, e a OPEP não faz parte do Departamento de Energia dos Estados Unidos”, disse Zanganeh.
Trump recentemente criticou a OPEP pelo aumento nos preços do petróleo.
Em 21 de junho, o petróleo leve e cru para entrega em agosto foi negociado a US$ 65,80 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York e o preço do Brent, referência global, estava cotado a US$ 73,15.
Em dezembro de 2016, a OPEP e a Rússia concordaram em reduzir a produção do petróleo em cerca de 1,8 milhão de barris por dia (bpd) a fim de reequilibrar o mercado. A nova proposta da Arábia Saudita é desfazer esses cortes adicionando quase 1 milhão de bpd à oferta global.
A proposta da Arábia Saudita é baseada num cálculo complexo, de acordo com Phil Flynn, analista sênior de energia do Price Futures Group.
“O reino e seus aliados estimam que os cortes totais cheguem a 2,8 milhões de barris por dia”, disse Flynn num e-mail.
Um aumento de 1 milhão de barris por dia pode ser muito ambicioso nesta fase.
“Na verdade, porque muitos países que reduziram a produção profundamente não podem aumentá-la, isso provavelmente se traduziria em apenas 600 mil barris por dia voltando para o mercado”, escreveu Flynn.