ONU: Rússia torturou sistematicamente prisioneiros de guerra ucranianos

Por Agência de Notícias
15/11/2022 11:13 Atualizado: 15/11/2022 11:13

A Rússia tem sistematicamente torturado prisioneiros de guerra que tem capturado desde que começou a guerra contra a Ucrânia, enquanto as forças ucranianas o têm feito em certas circunstâncias e lugares, mas esporadicamente, disse a ONU nesta terça-feira.

Uma missão de observação dos direitos humanos da ONU em campo corroborou “com uma margem considerável de certeza” uma série de torturas por forças russas e suas aliadas, usando métodos que incluem choques elétricos, espancamentos, queimaduras e outras formas de maus-tratos.

A chefe da missão, Matilda Bogner, disse a jornalistas na sede da ONU em Genebra, na Suíça, que o governo ucraniano deu a sua equipe acesso confidencial aos prisioneiros russos, mas só pôde entrevistar prisioneiros ucranianos libertados pela Rússia, geralmente através de uma troca por outros detidos.

No total, a missão entrevistou 159 prisioneiros de guerra (incluindo 20 mulheres) que estavam em poder da Rússia e grupos armados que a apoiam, assim como 175 prisioneiros de guerra ucranianos.

Foi estabelecido que, além de sofrer abuso físico e psicológico extremo, os prisioneiros ucranianos também eram mantidos em condições desumanas, às vezes sem acesso a banheiros ou água por mais de um dia.

O pior momento foi a chegada dos prisioneiros aos centros de detenção, onde passaram por um “procedimento de admissão” que, na realidade, consistia em espancamentos, ameaças, ataques de cães e posições dolorosas por muito tempo.

Prisioneiros com uma certa hierarquia ou responsabilidade são os mais suscetíveis a tortura com fim de obtenção de informações.

Em relação aos prisioneiros de guerra detidos pela Ucrânia, Bogner disse que havia “alegações confiáveis” de execuções sumárias de pessoas fora de combate e de vários casos de tortura e maus-tratos alegadamente cometidos por membros das forças armadas ucranianas.

O chefe da missão manteve que as supostas execuções remontam ao período inicial da guerra e que a Ucrânia havia aberto investigações sobre elas, embora nenhum progresso tenha sido feito.

A missão comunicou suas conclusões ao governo russo, mas Bogner recusou-se a dizer se havia recebido alguma resposta.

Os observadores também descobriram que, em geral, as violações dos direitos humanos foram maiores nos períodos mais agudos das hostilidades, particularmente nos primeiros meses da guerra, que começou em 24 de fevereiro.

 

Entre para nosso canal do Telegram

Assista também: