Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Israel e as Nações Unidas trocaram acusações em 14 de outubro na crescente controvérsia sobre as forças de paz da ONU no Líbano, desta vez sobre um ataque de tanque envolvendo uma base da ONU.
A ONU disse que tanques israelenses invadiram a base no sul do Líbano pouco antes do amanhecer de 13 de outubro. Sua força de manutenção da paz, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês), disse que dois tanques Merkava destruíram o portão principal da base e entraram à força. Depois que eles saíram, projéteis explodiram a 100 metros de distância, liberando fumaça que se espalhou pela base e deixou o pessoal da ONU doente, disse a força em um comunicado.
Cinco membros da força da ONU foram feridos nos últimos dias.
Israel contestou o relato, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dizendo que o grupo terrorista Hezbollah, apoiado pelo Irã, usa as forças de paz como “escudos humanos”. O Hezbollah negou que use a proximidade com as forças de paz para proteção.
A Força de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disse que o Hezbollah disparou mísseis antitanque contra as tropas israelenses, ferindo 25 deles. O ataque foi muito próximo a um posto da UNIFIL, e um tanque que estava ajudando a evacuar os feridos sob fogo recuou em direção ao posto da UNIFIL, informou a IDF.
“Não está invadindo uma base. Não está tentando entrar em uma base. Era um tanque sob fogo pesado, um evento com grande número de vítimas, recuando para sair do caminho do perigo”, disse aos repórteres o porta-voz internacional do exército, Nadav Shoshani.
A IDF disse que usaram a cortina de fumaça para dar cobertura à evacuação de soldados feridos, mas que suas ações não representaram perigo para a força de paz da ONU.
Netanyahu, em uma declaração dirigida ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse: “Chegou a hora de você retirar a UNIFIL das fortalezas do Hezbollah e das zonas de combate”.
No domingo, um oficial da IDF mostrou aos repórteres um túnel do Hezbollah a menos de 200 metros de um posto da ONU no sul do Líbano. Ele disse que o túnel fazia parte de um complexo de túneis construído há alguns anos.
As forças de paz da UNIFIL “permanecem em todas as posições”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, em um comunicado divulgado no final do domingo, reiterando uma advertência do secretário-geral de que as forças de paz não devem ser alvos.
“Os ataques contra as forças de paz violam o direito internacional, inclusive o direito humanitário internacional. Eles podem constituir um crime de guerra”, disse Dujarric.
A UNIFIL disse que ataques israelenses anteriores a uma torre de observação, câmeras, equipamentos de comunicação e iluminação limitaram sua capacidade de monitoramento. Fontes da ONU dizem temer que seja impossível monitorar qualquer violação da lei internacional no conflito.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em uma ligação no domingo para seu colega israelense, Yoav Gallant, pediu que Israel tomasse todas as medidas necessárias para garantir a segurança das forças da ONU e das forças armadas libanesas.
A IDF disse que a UNIFIL foi enviada ao sul do Líbano para implementar a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e impedir a presença armada do Hezbollah ao sul do rio Litani. Tanto o Líbano quanto a ONU não conseguiram implementar a resolução desde sua aprovação em 2006, disse a IDF.
A IDF disse que o Hezbollah montou estoques de armas perto da fronteira, violando a resolução, e disparou foguetes incessantemente contra Israel a partir da zona desde 8 de outubro de 2023.
O Hezbollah “construiu deliberadamente sua infraestrutura de ataque perto dos postos da UNIFIL”, disse a IDF.
O Hezbollah disparou 25 foguetes no último mês a partir de complexos terroristas instalados perto de postos da UNIFIL, disse. Um desses ataques matou dois soldados israelenses.
“Os ataques direcionados da IDF são direcionados apenas ao Hezbollah, e as atividades das tropas não são direcionadas aos postos, forças ou infraestrutura da UNIFIL”, disse a IDF.
Ele disse que pediu à UNIFIL em 30 de setembro, antes do início de sua atual operação em solo libanês, que afastasse seu pessoal dos postos localizados a menos de 5 quilômetros da Linha Azul, “pois essa área se tornaria uma zona de combate ativa”.
A Linha Azul é a linha de cessar-fogo entre Israel e o Líbano que remonta a 2000.
A IDF disse que mantém comunicação contínua com a UNIFIL para evitar “tanto quanto possível” qualquer dano à equipe da UNIFIL.
A Associated Press e a Reuters contribuíram para esta reportagem.