A ONU divulgou nesta terça-feira que 23 menores de idade foram assassinados e muitos outros ficaram feridos na repressão aos protestos no Irã, depois de terem sido alvos de disparos ou sofrerem brutais espancamentos.
“Algumas escolas foram invadidas, e as crianças presas pelas forças de segurança. Alguns diretores também foram detidos”, afirmou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
O órgão tem ciência que o próprio Ministério da Educação iraniano confirmou dias atrás que um número indeterminado de crianças foi enviados a centros de tratamento psicológico, depois de terem sido presos em protestos contra o governo.
As manifestações populares completaram um mês no Irã, a partir da revolta pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, presa três dias antes de falecer pela chamada “polícia dos costumes”, supostamente por utilizar de forma incorreta o véu.
A ONU indicou ter informação sobre “prisões em massa” de defensores dos direitos humanos, jornalistas, estudantes, advogados, ativistas ambientais, artistas e diversas outras pessoas consideradas como opositores ao regime iraniano.
Muitos foram enviados à prisão de Evin, localizada em Teerã, onde sábado passado aconteceu um grande incêndio, em que ao menos oito detentos morreram e mais de 70 ficaram feridos, de acordo com informações oficiais.
A ONU vem denunciando repetidamente casos de torturas e negligência médica nas penitenciárias iranianas, assim como procedimentos ilegais que afetam os direitos dos detentos, como negar acesso a advogado ou mantê-los incomunicáveis.
Alianças do Irã
Além das acusações de violações sistemáticas de direitos humanos cometidas contra o próprio povo, o regime iraniano também esta na mira de entidades internacionais pelas relações estreitas com a Rússia e o fornecimento de armas para a invasão contra a Ucrânia.
Conforme divulgado na semana passada pelo vice-ministro de defesa ucraniano, Hanna Maliar, diversas cidades da Ucrânia foram atacadas por mísseis e drones de fabricação iraniana, lançados a partir de Belarus e da Crimeia.
Os mísseis e drones Shaheds são desenvolvidos pela companhia HESA, uma subsidiária da estatal IAIO e igualmente subordinada ao Ministério da Defesa e Logística das Forças Armadas do Irã (MODAFL).
O Departamento do Tesouro dos EUA indicou que a HESA possui laços com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), uma das forças iranianas atuantes no terrorismo internacional. Diversas sanções impostas ao Irã são justamente pelo apoio direto e indireto ao terrorismo; entretanto, Rússia, China e Venezuela mantém relações e acordos bilaterais com o país, condenando em várias ocasiões as sanções e criticas direcionadas ao regime.
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