ONU acusa Maduro e chefes da inteligência venezuelana de crimes contra humanidade

Por efe
21/09/2022 08:38 Atualizado: 21/09/2022 08:38

Chefes dos serviços de inteligência civis e militares da Venezuela cometeram crimes contra a humanidade para reprimir a oposição, através de ações que foram diretamente ordenadas pelo presidente Nicolás Maduro e pelos seus colaboradores mais próximos, denunciou a ONU nesta terça-feira(20).

“O presidente Nicolás Maduro e outras autoridades de alto nível foram artífices na elaboração, implementação e manutenção de uma máquina para reprimir a dissidência”, disse uma missão internacional de investigação criada pelas Nações Unidas para a Venezuela.

“O Estado venezuelano utiliza os serviços de inteligência e os seus agentes para reprimir a dissidência no país. Isto leva à prática de crimes graves e violações dos direitos humanos, incluindo atos de tortura e violência sexual”, relata um longo relatório divulgado à imprensa pela missão.

Este relatório se baseia nas conclusões da mesma missão em 2020 e se concentra agora nas atividades da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) e do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

No caso do Sebin, o relatório aponta como responsáveis o atual diretor-geral, Gustavo Enrique González, o diretor do Helicoide (o principal centro de detenção) entre 2014 e 2018, Carlos Alberto Calderón, e o seu número dois durante esse período, Ronny González.

Na DGCIM, é mencionado o diretor-geral Iván Rafael Hernández, assim como ex-chefes de diferentes níveis da organização: Rafael Antonio Franco, Hannover Esteban Guerrero e Alexander Enrique Granko.

Contudo, o documento especifica que as ações de todos eles foram o resultado de ordens diretas de Maduro e, no caso do Sebin, também de Diosdado Cabello, o seu primeiro vice-presidente.

“Os atos de violência documentados não foram levados a cabo por indivíduos isolados e sem conexão, atuando sozinhos dentro do Sebin e da DGCIM. Estas violações, que constituem crimes contra a humanidade, faziam parte de uma política governamental deliberada para silenciar e abafar a oposição”, enfatiza o relatório.

A missão documentou os casos de 122 vítimas sujeitas a tortura, violência sexual e outros tratamentos desumanos nas instalações da DGCIM, especialmente na sua sede principal em Caracas (conhecida como Boleíta) e 51 por agentes do Sebin, principalmente no Helicoide, contra opositores, jornalistas, manifestantes e ativistas.

Embora os casos denunciados pertençam especialmente aos anos de 2017, 2018 e 2019, as violações e crimes de Sebin e DGCIM continuam até hoje, mantendo as mesmas estruturas, padrões e práticas, diz a missão, liderada pela jurista Marta Valiñas.

 

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