ONG diz que mais de 250 pessoas foram presas no Egito desde o início da COP27

Por Agência de Notícias
15/11/2022 11:05 Atualizado: 15/11/2022 11:05

As autoridades egípcias prenderam pelo menos 256 pessoas em todo o país desde o início da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) em Sharm el-Sheikh, disse à Agência EFE uma fonte da Comissão Egípcia de Direitos Humanos e Liberdades (ECRF).

A fonte, que pediu para não ser identificada, afirmou que as autoridades egípcias prenderam 256 pessoas em apenas oito dias, desde que a COP27 começou, no último dia 6.

Essas pessoas permanecem detidas, em prisão preventiva ou desaparecimento forçado em relação a uma convocação de protestos antigovernamentais que estava marcada para o último dia 11, mas que acabou não ocorrendo.

De acordo com a ECRF, desde que os apelos ao protesto começaram nas redes sociais há mais de um mês, 413 pessoas foram presas em todo o Egito, 350 delas estão em prisão preventiva e há até 45 casos de “desaparecimentos forçados”.

Esses protestos foram convocados diante do crescente descontentamento da população egípcia com o governo e a crise econômica que o país atravessa, marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda local, que desde março perdeu quase metade de seu valor.

As manifestações estavam programadas para coincidir com a COP27 em Sharm el-Sheikh, onde a comunidade e a imprensa internacional se reúnem há dias.

Diante desses apelos, nas últimas semanas as forças de segurança egípcias têm parado transeuntes no Cairo e em outras cidades para pedir sua documentação e checar seus pertences, incluindo telefones celulares, em busca de qualquer conteúdo ou mensagem crítica ao governo do presidente Abdul Fatah Al-Sisi.

As críticas contra Al Sisi aumentaram desde a abertura da COP27, quando o ativista anglo-egípcio preso Alaa Abd El-Fattah fez uma greve de sede, um caso que suscitou grande preocupação na comunidade internacional.

 

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