Por Alicia Marquez
A ONG Prisoners Defenders denunciou, na quinta-feira, um total de 683 presos políticos em Cuba no ano passado – com 370 casos relacionados aos protestos de 11 de julho – embora o número possa ser ainda maior.
Em novembro de 2020, havia um total de 137 presos políticos em Cuba. No entanto, até o final de outubro de 2021, 544 novos casos foram registrados, representando apenas “uma pequena fração dos números reais, cuja verificação completa é simplesmente inatingível”, afirmou o relatório.
O relatório acrescenta que dos 590 casos ativos em outubro de 2021, 370 casos pertencem à repressão de 11 de julho, “cifra que ainda é inferior a 25% do total gerado pela onda repressiva, já que é completamente impossível conhecer os casos entre a população”.
A entidade também informa que está documentando dezenas de casos acusados de crimes de sedição com penas fiscais que ultrapassam 10 anos e chegam a até 20 anos.
“A média de idade dos presos e apenados do dia 11 de julho, presentes na lista da Prisoners Defenders, foi de 358 presos em que a idade é de 34 anos, o que indica a grande participação dos jovens”, acrescentou. Sessenta por cento têm 35 anos ou menos e o resto tem 25 anos ou menos. Quinze deles eram menores de idade no momento da prisão.
A ONG destaca também as constantes mortes nas prisões cubanas por abusos policiais do regime comunista, que tem o direito atribuído pelo Estado “de ir a estes extremos e não sofrer quaisquer consequências criminais, bem como o severo sistema prisional ordenado pelo poder político e com o qual muitos dos prisioneiros de consciência são punidos”.
A mais recente morte na prisão indicada pelo relatório, é a por suposto enforcamento do jovem Julio Onelio Pérez Michel, ocorrida em 19 de outubro, o qual recebeu severos golpes na cabeça, segundo o Conselho de Relatores.
Além disso, aponta as condições de trabalho forçado às quais estão submetidos alguns presos enviados para campos de trabalho, onde “a grande maioria são campos de escravos em condições severas”, e em que se produz carvão que Cuba exporta como parte de sua indústria, atividades documentadas pela União Patriótica de Cuba entre 2016 e 2017.
Este relatório é apresentado onze dias antes da marcha civil marcada para 15 de novembro. Um de seus promotores, Saily González, afirmou há poucos dias ao Epoch Times que era “imperativo sair novamente” para protestar, apesar das repressões sofridas pelo povo cubano em 11 de julho.
González destacou que mais de 500 cubanos que saíram às ruas ainda estão presos e “são processados por crimes comuns”, indicando que, embora seu caráter não seja reconhecido, “essas mais de 500 pessoas são presos políticos”.
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