Os serviços de saúde da Ucrânia sofreram 1.940 ataques desde o início da invasão russa em 2022, segundo informou na segunda-feira (19) a Organização Mundial da Saúde (OMS), destacando que se trata do maior número de ataques aos cuidados sanitários durante uma crise humanitária alguma vez registrado.
Em um comunicado por ocasião do Dia Mundial da Assistência Humanitária, a agência da ONU alertou que 42% destes ataques afetaram os cuidados de saúde primários, dificultando o acesso da população ucraniana aos serviços de saúde mais básicos.
Destes ataques, 86% tiveram como alvo instalações de saúde, como hospitais e centros médicos, enquanto o restante teve como alvo ambulâncias, com uma média de 200 destes veículos destruídos anualmente no conflito ucraniano.
Dados da agência de saúde da ONU revelam que estes ataques se intensificaram consideravelmente desde dezembro de 2023, ocorrendo com frequência quase diária.
Até agora, apenas em 2024, um total de 34 pessoas morreram devido a ataques aos serviços de saúde, um claro aumento em comparação com as 24 mortes entre profissionais de saúde e pacientes que foram documentadas em 2023.
A OMS alertou para o uso crescente da técnica do chamado “duplo ataque”, que consiste em um ataque aéreo inicial seguido de um segundo que visa matar os profissionais que vêm em socorro das vítimas do primeiro.
“As equipes de socorro e de transporte médico têm três vezes mais probabilidade de serem atingidas por ataques em comparação com outro pessoal”, denunciou o chefe da OMS na Ucrânia, Jarno Habicht.
Habicht também aproveitou a data para pedir à comunidade internacional que mantivesse o financiamento para cobrir as necessidades humanitárias dos civis.
“Em 2024 concentraremos os nossos principais esforços nas necessidades humanitárias de 3,4 milhões de pessoas em todo o país”, destacou o chefe da OMS na Ucrânia.
Desde o início da guerra, a OMS distribuiu cerca de 3.750 toneladas de suprimentos médicos em toda a Ucrânia, incluindo ambulâncias, medicamentos e geradores, cobrindo as necessidades de saúde de 15 milhões de pessoas.