A admissão da Ucrânia à OTAN pode desencadear uma terceira guerra mundial, alertou nesta quinta-feira, o vice-secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Alexander Venediktov.
Em entrevista à agência de notícias estatal russa Tass, Venediktov, disse que a própria OTAN está plenamente ciente das consequências da aceitação da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O pedido da Ucrânia para uma adesão rápida à OTAN é “um movimento de propaganda”, afirmou Venediktov. “Kyiv está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial.”
“Aparentemente, é com isso que eles estão contando – para criar ruído informativo e chamar a atenção para si mesmos mais uma vez”, observou Venediktov.
“Mas dado que muitos membros do regime de Kyiv estão fora de contato com a realidade, não ficaria surpreso se algumas pessoas realmente esperam que seu país seja admitido na Otan”, disse ele.
Os comentários de Venediktov vêm depois que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, anunciou que solicitou uma adesão rápida para seu país ingressar na Otan.
“Somos aliados de fato. Isso já foi alcançado. De fato, já completamos nosso caminho para a OTAN. De fato, já provamos a interoperabilidade com os padrões da aliança”, disse Zelenskyy em um vídeo no aplicativo Telegram anunciando a mudança.
Seu pedido veio logo depois que o presidente russo, Vladimir Putin, celebrou a anexação de quatro regiões parcialmente ocupadas da Ucrânia: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.
Ocidente é ‘parte direta no conflito’
Venediktov, na quinta-feira, também repetiu uma posição que tem sido continuamente pressionada pela Rússia: que o Ocidente está diretamente envolvido no conflito devido à ajuda que forneceu à Ucrânia em meio à guerra com a Rússia.
“Também estamos cientes de que, apesar das declarações sobre não estarem envolvidos nos eventos na Ucrânia, as ações reais tomadas pelos ocidentais mostram que eles são uma parte direta do conflito”, disse Venediktov.
A adesão da Ucrânia à OTAN “dará automaticamente ao envolvimento do Ocidente [no conflito] uma nova qualidade, o quinto artigo entrará em vigor”, disse ele, acrescentando que os membros da OTAN entendem a “natureza suicida” de fazê-lo.
Na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, imploraram aos doadores que forneçam mais ajuda financeira à Ucrânia para garantir que seu governo permaneça à tona em meio à guerra em andamento com a Rússia.
Falando na Segunda Mesa Redonda Ministerial de Apoio à Ucrânia em Washington, DC, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que o país precisa entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões por mês em ajuda financeira para garantir que seu governo não entre em colapso.
Yellen também pediu aos doadores financeiros que “continuassem intensificando” e fornecendo mais dinheiro ao país devastado pela guerra, enquanto observava que o governo Biden continuaria a fornecer assistência financeira à Ucrânia até 2023.
Na segunda-feira, o presidente, Joe Biden, prometeu a Zelenskyy, que Washington irá fornecer à Ucrânia sistemas avançados de defesa aérea para que ela possa se defender dos ataques russos.
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