Ocasio-Cortez adverte Millennials: nada de filhos devido às mudanças climáticas

Como todas as suas ideias, essa também não é original

03/03/2019 13:32 Atualizado: 03/03/2019 13:32

Por Steven W. Mosher

A nova representante democrata Alexandria Ocasio-Cortez (D-N.Y) ataca outra vez.

Depois de afirmar que o mundo como o conhecemos vai acabar em 12 anos, ela agora está aconselhando a geração dos millennials a não ter filhos.

O termo Millennials tem sido muito utilizado nos últimos anos para indicar aqueles que nasceram por volta de 1980 a 1990, e que, portanto, iniciaram sua fase jovem/adulta juntamente como o início do milênio em que estamos. Ou seja, seria a chamada Geração Y.

“Nosso planeta enfrentará um desastre se não assumirmos o leme deste navio”, disse Ocasio-Cortez na semana passada, elogiando seu “Novo Acordo Verde” (Green New Deal) em um vídeo no Instagram.

Não importa que não haja evidência de que o mundo esteja enfrentando uma catástrofe iminente causada pelo clima. E que qualquer aumento gradual na temperatura global que ocorra durante o próximo século pode ser tratado de uma maneira racional e equilibrada sem precisar arruinar a economia dos Estados Unidos.

Garanto-lhe que Ocasio-Cortez parece sentir uma verdadeira angústia pelo aquecimento global. “Furacões, tempestades, incêndios, estamos morrendo.”

Será porque ela sabe que dizendo “o fim está próximo”, e insinuando que “só eu sei como te salvar” é uma boa maneira de assustar a geração dos millennials e fazê-los votar nela?

Agora que ela está em Washington, no entanto, ela está levando o assunto ainda mais a sério. Parece que ela quer assustar os millennials dizendo que eles não podem ter filhos.

“Existe um consenso científico de que a vida das crianças será muito difícil”, adverte ela no mesmo vídeo. “E isso leva os jovens a fazer uma pergunta legítima: é certo continuar tendo filhos?”

É claro que ninguém quer trazer uma criança ao mundo que Ocasio-Cortez descreve, isto é, um que esteja à beira do caos climático e da anarquia social. E é verdade que algumas partes do planeta já se parecem com a distopia de “Mad Max”. Em tais lugares, as condições são tão ruins que pessoas conscientes podem achar melhor não ter filhos.

Aqueles que vivem em “paraísos” socialistas, como Venezuela, Coreia do Norte e Zimbábue, por exemplo, podem fazer uma pausa razoável na procriação. Quem quer ver seu filho comer de latas de lixo, ou mesmo morrer de fome, devido à má gestão socialista da economia?

Ou considere a difícil situação das crianças na China, onde a falta de controles ambientais faz com que o ar das grandes cidades seja praticamente irrespirável. Quem quer ver o seu filho se engasgar com a fumaça?

Mas nos Estados Unidos? Vivemos na democracia mais estável, próspera e ambientalmente consciente que o mundo já viu. Para Ocasio-Cortez, aconselhar os jovens norte-americanos de que “o aquecimento global” significa não ter filhos não faz sentido.

No entanto, tal será o efeito corrosivo de sua propaganda sobre a mudança climática na mente dos millennials, que alguns provavelmente farão exatamente isso.

Isso já aconteceu antes

No final dos anos sessenta e início dos anos setenta, “A Bomba Demográfica” (1968) de Paul Ehrlich traumatizou uma geração inteira de estudantes universitários. “A batalha para alimentar a humanidade acabou”, disse Ehrlich sem fôlego para seus leitores na primeira página. “Centenas de milhões de pessoas morrerão de fome nos anos 70”. A partir daí, a coisa só ficou mais assustadora.

Lendo Ehrlich, muitos dos membros da geração dos anos 60 decidiram que a única coisa a fazer era não ter filhos.

Uma estudante de pós-graduação da Universidade de Mills em 1969, por exemplo, ficou tão chocada com a mensagem apocalíptica de Ehrlich que dedicou todo o seu trabalho de formatura aos perigos da superpopulação.

“Nossos dias como raça neste planeta estão contados”, disse ela. “Estou muito triste com o fato de que a coisa mais humana que posso fazer é não ter filhos.”

O título do seu trabalho foi: “O futuro é uma decepção cruel”.

Mas a única decepção em questão foi a de Ehrlich, que roubou seus futuros filhos.

Não foi até o ano 2000, quando nossa aluna de graduação — juntamente com o resto de sua geração — já havia passado da menopausa, que a mídia finalmente reconheceu a verdade: a superpopulação foi um mito do século XX.

O alarmismo da mudança climática de Ocasio-Cortez agora se tornará o tipo de atitude antipopular e anti-bebê encontrada no movimento ambientalista radical? Será que outra geração de jovens será despojada de sua descendência?

Os radicais do meio ambiente nos Estados Unidos, na Europa e na ONU esperam que sim. Para desencorajar a maternidade, sabe-se que alguns chegam a referir-se a bebês como “pequenos emissores de carbono“.

Esta é, sem dúvida, a maneira menos encantadora de se referir aos recém-nascidos.

Mas agora Ocasio-Cortez também acha que talvez não seja correto ter filhos.

Em sua opinião, o planeta — não as pessoas — deve estar em primeiro lugar.

Steven W. Mosher é presidente do Instituto de Pesquisa Populacional e autor de “Bully of Asia: Why China’s Dream is the New Threat to World Order”. Ele estudou biologia humana na Universidade de Stanford com o famoso geneticista Luigi Cavalli-Sforza

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