O Parlamento da Alemanha deve debater uma proposta para proibir as atividades do grupo xiita libanês Hezbollah. O projeto foi introduzido pelo partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que acusa o grupo islâmico de liderar uma “luta terrorista contra Israel”.
O projeto de lei da AfD, agendado para o debate no Bundestag nesta quinta-feira (6), foi anunciado no início desta semana em uma conferência de imprensa da legenda.
“O Hezbollah deve ser proibido na Alemanha”, disse a deputada da AfD, Beatrix von Storch, que ajudou a redigir o projeto. Ela considera o grupo uma “organização terrorista” cujo objetivo é a “destruição de Israel”, e observou que vários outros países — incluindo os Estados Unidos, Reino Unido e Israel — já aprovaram leis para proibir ou restringir suas atividades.
Além de uma proibição definitiva, o projeto de lei da AfD sugere restrições aos direitos legais do Hezbollah na Alemanha, como a remoção de seu status como uma instituição de caridade.
O Hezbollah, ou o “Partido de Deus”, é uma organização política e militar que se formou na sequência da invasão do sul do Líbano por Israel nos anos 1980. O grupo desenvolveu laços estreitos com o Irã e agora opera em vários países fora do Líbano, levantando fundos e gerando apoio externo através de redes de centros comunitários e mesquitas.
A inteligência alemã estimou que cerca de 1.050 membros e partidários do Hezbollah estavam ativos no país da União Europeia (UE) em 2018, de acordo com o jornal israelense The Jerusalem Post.
A ala militar do Hezbollah, nominalmente separada do seu partido político, foi adicionada à lista negra de terrorismo da UE em 2013, mas von Storch desafiou a distinção entre os elementos armados e civis do grupo.
“O governo de Berlim afirma que você deve distinguir entre uma ala política legítima do Hezbollah e uma ala terrorista”, declarou ela na entrevista coletiva. “Isso não faz sentido para nós, ou para os eleitores”.
O partido AfD tem sido um crítico valente do “Islã radical” e das políticas de imigração alemãs em meio a uma crise contínua de refugiados — que o co-líder do partido, Alexander Gauland, já marcou como uma “invasão islâmica”.
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