Por Marc Ruskin
Cuidado com os hipócritas que “sabem” que têm Deus do seu lado, ou neste caso, a Lei do seu lado, pois eles exercerão sua autoridade como acharem melhor. Acreditando na justiça da sua causa, eles não deixarão o respeito antiquado pelo jogo limpo e os direitos individuais ficarem no seu caminho.
Assim foi com Tomás de Torquemada, e assim é com o conselheiro-especial Robert Mueller. Se os casos precisam ser fabricados para chegar ao resultado “justo”, então que assim seja. Como os inquisidores de antigamente confiaram na tortura para alcançar a “verdade”, o Novo Inquisidor, o conselheiro-especial, confia no equivalente do século 21.
Que o sistema de justiça criminal dos Estados Unidos está sendo abusado dessa maneira é a conclusão de um juiz federal chocado.
Conforme relatado pela CNN em 4 de maio, o juiz T.S. Ellis da Corte Distrital dos EUA, que preside em Alexandria, Virgínia, por causa do processo criminal movido contra o ex-chefe da campanha presidencial de Trump, Paul Manafort, acusou a equipe de Mueller de não ter interesse genuíno em processar Manafort, mas sim em buscar uma via de acusação e ataque contra Trump.
“Você não se importa com a fraude bancária do Sr. Manafort”, disse Ellis ao promotor Michael Dreeben, segundo a CNN. Ellis, em seguida, disse que os promotores estavam perseguindo o caso contra Manafort por causa de seu potencial para “fornecer material que levaria à ‘acusação ou impeachment’ de Trump”, de acordo com a rede.
Depois de ordenar aos promotores que transmitissem o documento definindo o escopo da sua autoridade — uma demanda que eles pretendiam recusar, argumentando que isso não era relevante — Ellis lembrou que isso cabia a ele decidir. Confrontando a arrogância deles, Ellis disse que o povo americano despreza o poder irrestrito.
As entrevistas dos promotores do conselheiro-especial com os ex-assessores da campanha presidencial de Trump, por exemplo, Michael Caputo, parecem calculadas — não para reunir provas, mas para criar um grupo de testemunhas relutantes, mas vinculadas. Caputo, como citado em Paste, disse que “a investigação de Mueller realmente não estava tentando encontrar algo. Cada pergunta que eles fizeram, eles já tinham a resposta.”
Esses promotores-especiais não estão fazendo perguntas para aprender com as respostas. Em vez disso, eles só fazem perguntas cujas respostas eles têm certeza, na esperança de que esses entrevistados produzam o que o professor de Harvard, Alan Dershowitz, chama de “crimes técnicos”.
Uma série desses “crimes” pode significar décadas de prisão para aqueles que escolhem não colaborar e atacar seu antigo chefe. Hoje, são as pessoas de Trump que enfrentam a cadeira de tortura; em algum alinhamento político futuro, pode ser a equipe de… Bernie Sanders, Elizabeth Warren ou Joe Biden.
O New York Times, num artigo de 30 de abril, enumerou o que ele disse que seriam as perguntas prováveis de Mueller para Trump. Eles demonstram que as mesmas armadilhas de perjúrio estão sendo estabelecidas para o próprio presidente.
Após meses de investigação e pesquisa, pode haver pouca dúvida de que os promotores já sabem as respostas para todas ou a maioria das perguntas presumidas. Se Trump se submetesse às perguntas do inquisidor, ele teria tanta probabilidade de melhorar sua situação quanto os sujeitos de Torquemada de se livrarem das acusações de heresia.
Qual, de fato, é o escopo do mandato do conselheiro-especial? Mais importante, qual é a razão para a obstinação com que suas competências ou jurisdição estão sendo escondidas do público? Numa época em que a transparência é continuamente afirmada como essencial para o funcionamento de uma verdadeira democracia, qual é a justificativa para o tratamento opaco conferido a esse documento vital?
Por que o Departamento de Justiça (especificamente o vice-procurador-geral Rod Rosenstein) não o divulga? O que está sendo escondido e por quê? Se este servo de vocês, o povo americano, escolher, unilateralmente e sem supervisão e revisão, não revelar os parâmetros do mandato que ele concedeu a Mueller, então, no mínimo, ele deve declarar uma base razoável para essa recusa.
Talvez, depois de anos de rédea solta, os Rod Rosensteins e Robert Muellers tenham passado a acreditar que, de fato, têm o que Ellis se referiu como “poder irrestrito”.
Marc Ruskin, um veterano de 27 anos do FBI, é um colaborador regular do Epoch Times e autor de “The Pretender: My Life Undercover for the FBI”. Ele serviu no corpo legislativo do senador norte-americano Daniel Patrick Moynihan e como assistente do vice-procurador distrital em Brooklyn, Nova York.