Uma nuvem de material radioativo que atravessou 28 países da Europa foi detectada, segundo reportagens.
A nuvem foi detectada pela primeira vez na Itália em 3 de outubro. Desde então, ela se dissipou, mas suas origens foram rastreadas até a fronteira entre a Rússia e o Cazaquistão.
A região é conhecida por conter instalações nucleares e tem sido o local de múltiplos problemas na administração de material nuclear, incluindo um acidente em grande escala em 1957 que rivaliza com o incidente de 2011 em Fukushima e o desastre de Chernobyl em 1986.
Uma instalação na região também foi usada para reciclar e converter combustível nuclear usado em material de armas nucleares durante a Guerra Fria. Mas a busca pela origem da nuvem radioativa não acabou.
“É um nível muito baixo de radioatividade e não apresenta problemas para a saúde e o meio ambiente na Europa”, disse Jean-Christophe Gariel, diretor de saúde do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) na França.
Gariel disse que os funcionários de segurança russos não disputam os dados, mas dizem que não têm informação sobre qualquer acidente em suas instalações nucleares.
A radioatividade é indicada por monitores que detectam o isótopo de rutênio-106 na atmosfera.
“É um isótopo incomum”, diz Anders Ringbom, diretor de pesquisa da Agência Sueca de Pesquisa de Defesa, via NPR. “Não creio ter visto isso desde o acidente de Chernobyl.”
De acordo com a NPR, as pessoas que estavam dentro do perímetro de alguns quilômetros da liberação do isótopo teriam necessitado buscar proteção.
Gariel diz que as autoridades francesas realizarão verificações aleatórias nos alimentos e produtos relacionados da região.
“Se tivesse acontecido na França, teríamos tomado medidas para proteger a população num raio de alguns quilômetros”, disse Gariel.
Gariel acha que a dimensão e o alcance da projeção radioativa são indicativos de um acidente. A análise do IRSN indica que a ocorrência poderia ser devido ao reprocessamento químico do combustível nuclear para fins médicos, de acordo com a matéria da NPR.
“Não é um lançamento autorizado, temos certeza disso”, disse Gariel.