As autoridades de Bangladesh elevaram para nove o número de mortos nos protestos estudantis nesta quinta-feira (18), dia considerado o mais violento das mobilizações desde seu início há duas semanas e no qual também foram registrados centenas de feridos.
Os corpos de três estudantes e de um motorista de riquixá foram levados ao Hospital da Amizade Bangladesh-Kuwait, em Uttara, perto de Daca, disse à Agência EFE o vice-diretor do hospital, Mahfuza Ara Begum, antes de acrescentar que também receberam cerca de 150 feridos.
Outro estudante foi levado morto ao Hospital Universitário Uttara Adhunik, na capital, afirmou à EFE seu diretor, Sabbir Ahmed, além de ao menos 62 feridos que foram internados.
Em Daca foi registrado o falecimento de outro estudante universitário, morto por arma de fogo, segundo um membro do conselho de administração da Universidade Residencial de Daca, Mohammad Nurunnabi.
Durante o dia também foram registradas mortes no distrito central de Madaripur, quando um estudante se afogou em um poço de água após ser perseguido pela polícia, e na cidade de Rampura, quando um motorista foi atingido por uma bala.
Cerca de 400 feridos foram atendidos nesta cidade perto da capital, a maioria com ferimentos causados por projéteis, além de vários policiais que sofreram hematomas devido a golpes com objetos contundentes, disse à EFE o vice-diretor do hospital particular Farazy.
Além disso, um estudante de ciências da computação do Instituto Militar de Ciência e Tecnologia foi levado morto para o Hospital Médico Enam, em Savar, também perto de Daca, confirmou o vice-diretor de serviço do hospital, Yusuf Ali.
Isto eleva para 16 o número de mortes relacionadas às mobilizações, seis das quais perderam a vida na última terça-feira.
Os protestos começaram no início do mês, após o Supremo Tribunal ter pedido ao governo que restabelecesse uma cota de trabalho para os descendentes dos combatentes da independência do país.
Embora o movimento fosse de natureza pacífica, as manifestações tornaram-se violentas na última segunda, após o governo ter rejeitado a exigência dos estudantes para eliminar a cota.
Para aliviar a tensão, o governo concordou hoje em reunir-se com os estudantes para avaliar suas reivindicações. Horas antes, porém, suspendeu temporariamente os serviços de internet móvel, alegando instabilidade crescente.
Estas são as primeiras grandes manifestações que a primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, enfrenta desde que em janeiro assumiu o cargo pela quarta vez consecutiva, em uma eleição boicotada pela oposição.