O número de mortos no ataque com dois carros-bomba perpetrado no último sábado contra o Ministério da Educação da Somália na capital do país, Mogadíscio, subiu para pelo menos 120, confirmou o governo nesta segunda-feira.
“As explosões foram enormes e deixaram 120 mortos e 269 feridos. Vamos ajudar as vítimas”, disse o ministro da Saúde da Somália, Ali Haji Adan, aos meios de comunicação depois de visitar as pessoas afetadas, depois que mais pessoas morreram entre os 300 feridos anunciados.
O ataque teve como alvo o Ministério da Educação, localizado perto do cruzamento de Zobe, também conhecido como K-5 e um dos mais movimentados de Mogadíscio.
“Nosso povo que foi massacrado, incluindo mães com seus filhos nos braços, pais que sofriam de problemas médicos, estudantes que foram enviados para estudar, empresários que lutavam pela vida de suas famílias”, disse o presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, ontem após visitar o local do ataque.
Em uma mensagem postada em sua conta do Twitter antes de ir ao local do ataque, o chefe de Estado culpou pelo “ataque terrorista cruel e covarde” o grupo jihadista Al Shabab, afiliado desde 2012 à rede terrorista Al Qaeda.
Após o atentado, foi organizada uma campanha de doação de sangue para as vítimas da qual participaram milhares de pessoas, incluindo membros do governo e o próprio Mohamud.
Entre os mortos estão um comandante da polícia e um conhecido jornalista somali, segundo fontes policiais citadas pela imprensa local.
O cruzamento de Zobe foi o mesmo local de um ataque a bomba com dois caminhões em 14 de outubro de 2017, matando mais de 500 pessoas e ferindo mais de 300 no pior atentado terrorista da história da Somália.
O presidente somali declarou em 23 de agosto uma “guerra total” para “eliminar” o Al Shabab, cujos terroristas tomaram um conhecido hotel em Mogadíscio e mataram 21 pessoas.
Desde então, várias operações militares apoiadas pelos Estados Unidos foram realizadas contra os fundamentalistas, que em setembro mataram “mais de 100 membros” do grupo jihadista, segundo o governo somali.
O ataque do último sábado ocorreu durante uma reunião nacional entre o governo central e os presidentes dos cinco estados federais da Somália com o objetivo de promover a convivência pacífica e discutir a ameaça jihadista.
O Al Shabab frequentemente comete ataques terroristas em Mogadíscio e em outras partes da Somália para derrubar o governo central – apoiado pela comunidade internacional – e estabelecer à força um Estado islâmico Wahhabi (ultraconservador).
O grupo jihadista controla áreas rurais do centro e sul da Somália e também ataca países vizinhos, como Quênia e Etiópia.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: