Por Ivan Pentchoukov
Nove importantes países europeus se uniram aos Estados Unidos e às principais nações sul-americanas ao reconhecer Juan Guaido como presidente interino da Venezuela em 4 de fevereiro, intensificando a pressão sobre a renúncia do ditador socialista Nicolás Maduro.
Grã-Bretanha, Alemanha, França, Espanha, Portugal, Suécia, Dinamarca, Áustria e Holanda coordenaram o anúncio após o vencimento de um prazo de oito dias para Maduro convocar uma nova eleição.
“A partir de hoje, não pouparemos esforços para ajudar todos os venezuelanos a alcançar liberdade, prosperidade e harmonia”, disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pedindo eleições justas e ajuda humanitária.
Na América Central e do Sul, a maioria das nações, está apoiando Guaido. Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Paraguai, Equador, Guatemala, Costa Rica, Honduras e Panamá anunciaram seu apoio ao líder interino. El Salvador, Nicarágua, Bolívia e Cuba ficaram do lado de Maduro.
Israel, Austrália e Canadá também se uniram aos Estados Unidos para reconhecer Guaido.
Maduro, um ditador socialista acusado de empobrecer uma nação, outrora rica em petróleo, de 30 milhões de pessoas, desafiou os líderes europeus dizendo que eles estão seguindo a liderança do presidente Donald Trump.
A Assembléia Nacional da Venezuela, devidamente eleita, destronou Maduro no mês passado. Guaido, o líder da Assembléia, declarou-se presidente interino. O movimento pôs nações livres contra regimes socialistas e trouxe o povo venezuelano para as ruas.
Trump, que incrementalmente aumentou a pressão sobre Maduro desde que assumiu o cargo, imediatamente reconheceu Guaido. Trump é um crítico aberto do socialismo e do comunismo e usou a Venezuela como um exemplo para os fracassos das ideologias.
Rússia e China despejaram bilhões de dólares em investimentos e empréstimos na Venezuela. Ambos estão apoiando Maduro. Guaido cortejou autoridades tanto em Moscou quanto em Pequim em um esforço para convencer os dois poderes ao ficarem do seu lado. Os Estados Unidos impuseram amplas sanções à estatal de petróleo da Venezuela em 28 de janeiro, com o objetivo de pressionar Maduro a renunciar.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, disse que os venezuelanos já sofreram o suficiente.
“A opressão do regime ilegítimo e cleptocrático de Maduro deve terminar”, disse ele.
Maduro substituiu outro líder socialista, Hugo Chávez, em 2013, depois que Chávez morreu de câncer. As políticas socialistas defendidas por Chávez e Maduro resultaram em um colapso econômico, fome e miséria generalizadas e no êxodo de mais de 3 milhões de venezuelanos.
De forma típica dos ditadores socialistas, Maduro culpou os Estados Unidos pelo fracasso da economia, acusando Washington de planejar golpes e controlar o mercado de petróleo. A Venezuela tem as maiores reservas do mundo, mas a produção caiu sob o governo de Maduro.
A Rússia, um antigo regime comunista, acusou as nações europeias de interferência estrangeira.
“Achamos que impor algum tipo de decisão ou tentar legitimar uma tentativa de usurpar o poder é uma interferência direta e indireta nos assuntos internos da Venezuela”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O governo de Maduro está pagando empréstimos russos e chineses com petróleo.
Maduro ganhou a reeleição no ano passado, mas os críticos dizem que foi uma farsa. Dois rivais da oposição com boas chances de vencer foram impedidos de disputar. As doações de alimentos e outros subsídios para os famintos venezuelanos estavam ligados ao apoio político.
O movimento de esquerda 5 estrelas da Itália, que representa metade da coalizão governista, discordou da posição europeia, dizendo que nunca reconheceria líderes autonomeados.
“Distribuindo ultimatos, sanções, congelando bens venezuelanos … isso significaria abrir caminho para uma intervenção militar”, disse Alessandro Di Battista, um proeminente membro do 5 estrelas, em 3 de fevereiro.
Enquanto isso, o partido da Liga de direita da Itália apoiou Guaido no mês passado.
“Estou com o povo venezuelano contra regimes como o de Maduro, baseado em violência, medo e fome”, disse o líder da Liga, Matteo Salvini, no mês passado.
Em entrevista ao jornal Corriere Della Sera em 4 de fevereiro, Guaido disse que “fará o que for preciso” para convencer a Itália a se juntar à posição de outros países da UE.
Além da pressão europeia, um bloco de nações latino-americanas e o Canadá se reuniram em 4 de fevereiro para manter a pressão sobre Maduro.
A Reuters contribuiu para este relatório.