Nove países da América Latina pediram uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA) nesta segunda-feira (29), em resposta às recentes eleições presidenciais da Venezuela, marcadas por acusações de falta de transparência e fraude.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), o órgão responsável pela administração das eleições no país, com 80% das urnas apuradas, Nicolás Maduro teria vencido a eleição com 51,2% dos votos.
No entanto, a oposição contesta o resultado, alegando que o verdadeiro vencedor foi Edmundo González, com cerca de 70% dos votos.
Os países que solicitaram a reunião de emergência da OEA incluem:
- Argentina
- Costa Rica
- Equador
- Guatemala
- Panamá
- Paraguai
- Peru
- República
- Dominicana
- Uruguai
Em um comunicado conjunto, os países afirmaram “profunda preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais” na Venezuela e exigiram uma “revisão completa dos resultados com a presença de observadores eleitorais independentes”.
“A contagem de votos deve ser transparente e os resultados não devem gerar dúvidas. Nossos governos solicitarão uma reunião urgente do Conselho Permanente da OEA para emitir uma resolução que salvaguarde a vontade popular, em conformidade com a Carta Democrática e os princípios fundamentais da democracia em nossa região”, diz a nota oficial.
O governo brasileiro, por sua vez, parabenizou o que considerou o “caráter pacífico” do processo eleitoral na Venezuela. Em uma nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou que o Brasil está acompanhando a situação “com atenção” e aguarda a publicação das atas eleitorais para avaliar a transparência e a legitimidade do pleito.
“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem [domingo] na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, diz a nota do MRE.
Presidente do CNE alega “ataque terrorista” durante as eleições na Venezuela
Após o site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ficar fora do ar durante as eleições presidenciais, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, afirmou que o sistema eleitoral sofreu um “ataque terrorista” no domingo (28).
Amoroso solicitou ao Ministério Público venezuelano que inicie uma investigação sobre as alegações de ataques a centros de votação e funcionários eleitorais.
A última atualização dos resultados pelo CNE ocorreu na madrugada de segunda-feira, quando o site do órgão saiu do ar. Maduro, que é alinhado com o Conselho, também alegou que o site foi alvo de um ataque.