Nova Iorque aprova reformas para polícia e evitar racismo

12/06/2020 19:08 Atualizado: 12/06/2020 19:08

Por EFE

Nova Iorque, 12 jun – O governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, assinou nesta sexta-feira uma lei estadual para a reforma da polícia, com o objetivo de dar mais transparência às corporações, evitar abusos e combater o racismo sistêmico das forças da ordem.

Em entrevista coletiva concedida diariamente devido à pandemia de Covid-19, Cuomo desta vez apareceu acompanhado da líder democrata do Senado nova-iorquino, Andrea Stewart-Cousins, e do presidente da Assembleia Estadual, Carl Heastie, assim como de outros defensores dos direitos civis, como o reverendo Al Sharpton e as ativistas Gwen Carr e Valerie Bell.

As reformas visam, entre outros pontos, derrubar o polêmico artigo 50-A, que até agora não permite o acesso aos antecedentes e queixas sobre os agentes para poder comprovar se houve comportamento racista durante as atividades.

Em ambas as câmaras legislativas de Nova Iorque, de maioria democrata, foram apresentados projetos de lei na semana passada de olho em uma maior transparência na polícia.

“Em todo o país existe uma sensação compartilhada de mal-estar e frustração pela morte de outro homem negro desarmado por forças da ordem”, comentou Heastie.

O 50-A foi adotado em 1976 para evitar que os advogados de defesa utilizassem os registros no interrogatório de policiais durante processos penais. Durante anos, grupos que pedem reformas na polícia lutaram pela retirada do trecho.

Essas mudanças significativas chegam após a morte de George Floyd, homem negro sufocado até a morte enquanto era detido pelo policial branco Derek Chauvin por supostamente ter usado uma nota falsa de US$ 20. A morte foi gravada em vídeo, que repercutiu mundialmente e gerou inúmeros protestos contra o racismo sistêmico.

Além da medida para revelar os registros dos agentes, os legisladores aprovaram outros projetos de lei para proporcionar câmeras a todos os policiais do estado e garantir que os agentes ofereçam atendimento médico e de saúde mental às pessoas detidas.

A lei requer que os governos desenvolvam um plano que “reinvente e modernize as estratégias policiais”. O plano deverá ser implementado até 1º de abril do ano que vem e precisará abordar o uso da força, a gestão de multidões, a vigilância comunitária, a capacitação e práticas de detenção, entre outros aspectos.