Por EFE
Um cidadão russo foi acusado nesta sexta-feira, em um tribunal de Tampa, na Flórida, de captar organizações políticas americanas para “semear a discórdia, divulgar propaganda pró-russa e interferir nas eleições” dos Estados Unidos, informou o Departamento de Justiça.
Aleksandr Viktorovich Ionov, cidadão russo e residente em Moscou, é acusado de “conspirar para levar cidadãos americanos a agirem como agentes ilegais do governo russo” através de uma campanha de influência estrangeira de vários anos que orquestrou com o recrutamento de vários grupos políticos americanos.
Ionov, que trabalhava em nome do governo russo e do Serviço Federal de Segurança Russo (FSB), é o criador e presidente do Movimento Antiglobalização Russo (AGMR), uma organização com sede em Moscou financiada pela Rússia, de acordo com a acusação.
O indiciado supostamente “orquestrou uma campanha de influência descarada, transformando grupos políticos e cidadãos americanos em instrumentos do governo russo”, disse o procurador geral adjunto Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.
Olsen disse que o Departamento de Justiça “não permitirá que a Rússia semeie ilegalmente a divisão e espalhe informações erradas dentro dos Estados Unidos”.
Se condenado, Ionov enfrentará uma pena máxima de cinco anos de prisão. Segundo a acusação, Ionov, trabalhando sob a supervisão do FSB e com o apoio do governo russo, “recrutou grupos políticos dentro dos Estados Unidos” sediados na Flórida, Geórgia e Califórnia, entre outros.
O russo “exerceu direção e controlo sobre eles em nome do FSB, prestou apoio financeiro a estes grupos, os orientou a divulgar propaganda pró-russa, coordenou e financiou a ação directa destes grupos dentro dos Estados Unidos com a intenção de promover os interesses russos”.
A acusação alega, entre outros pontos, que Ionov supostamente visou uma organização identificada como “Grupo Político 1″, com sede em St. Petersburg, na Flórida” e, em maio de 2015, “financiou uma viagem com todas as despesas pagas à Rússia” para o líder deste grupo” com o objetivo de “comunicar sobre a cooperação futura” entre eles e o AGMR.
“Depois dessa viagem, e pelo menos durante os sete anos seguintes, Ionov exerceu direção e controle sobre os principais membros do Grupo Político 1” para “fomentar a discórdia” nos Estados Unidos, “espalhar propaganda pró-russa sob o disfarce de uma organização política interna, e interferir nas eleições locais”.
Em janeiro de 2016, Ionov “financiou uma viagem de protesto em quatro cidades realizada pelo grupo político da Florida em apoio a uma “Petição sobre o Crime de Genocídio contra o Povo Africano nos Estados Unidos”.
Posteriormente, em 2017 e 2019, Ionov “supervisionou e apoiou campanhas políticas” em St. Petersburg e manteve uma “campanha política” com o “Grupo Político 1”.
Após a invasão russa da Ucrânia, o grupo da Florida manteve contatos com Ionov e ele “falsamente” manifestou que qualquer apoio aos ucranianos era também “apoio ao nazismo e à supremacia branca”.
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