Norte-coreano acusado de orquestrar ataque trágico à Coreia do Sul liderará delegação na cerimônia de encerramento das Olimpíadas

23/02/2018 18:49 Atualizado: 23/02/2018 18:49

Por Petr Svab, Epoch Times

A Coreia do Norte anunciou que enviará uma delegação de oito membros para a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, liderada por um homem acusado de orquestrar ataques à Coreia do Sul que mataram dezenas.

O homem é Kim Yong-chol, vice-presidente do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte. Ele também lidera o departamento do Partido responsável pelos assuntos com o Sul.

Mas anteriormente ele era o chefe do Departamento de Reconhecimento Geral, a agência de espionagem do regime encarregada de operações de inteligência em países estrangeiros e de ciberguerra.

A Coreia do Sul culpa Kim Yong-chol por múltiplos ataques mortais, incluindo o naufrágio do navio de guerra Cheonan, que matou 46 marinheiros, e o bombardeio no mesmo ano da Ilha Yeonpyeong, que matou dois soldados e dois civis e deixou cerca de duas dúzias de feridos.

O secretário da defesa norte-americano Ashton Carter (2º dir.) e o ministro da defesa sul-coreano Han Min-koo (2º esq.) visitam o navio Cheonan que afundou próximo da Ilha Baengnyeong no Mar Amarelo, após um suposto ataque da Coreia do Norte; durante sua visita ao Comando da 2ª Frota em Pyeongtaek, na Coreia do Sul, em 10 de abril de 2015 (Jeon Heon-kyun/Getty Images)
O secretário da defesa norte-americano Ashton Carter (2º dir.) e o ministro da defesa sul-coreano Han Min-koo (2º esq.) visitam o navio Cheonan que afundou próximo da Ilha Baengnyeong no Mar Amarelo, após um suposto ataque da Coreia do Norte; durante sua visita ao Comando da 2ª Frota em Pyeongtaek, na Coreia do Sul, em 10 de abril de 2015 (Jeon Heon-kyun/Getty Images)
Fumaça sobe nos céus da Ilha Yeonpyeong no Mar Amarelo em 23 de novembro de 2010, após um ataque de artilharia e mísseis da Coreia do Norte (STR/AFP/Getty Images)
Fumaça sobe nos céus da Ilha Yeonpyeong no Mar Amarelo em 23 de novembro de 2010, após um ataque de artilharia e mísseis da Coreia do Norte (STR/AFP/Getty Images)
Os danos causados à Ilha Yeonpyeong no Mar Amarelo em 3 dezembro de 2010, após um ataque de artilharia e mísseis da Coreia do Norte em 23 de novembro de 2010 (Kim Jae-hwan/AFP/Getty Images)
Os danos causados à Ilha Yeonpyeong no Mar Amarelo em 3 dezembro de 2010, após um ataque de artilharia e mísseis da Coreia do Norte em 23 de novembro de 2010 (Kim Jae-hwan/AFP/Getty Images)
Casas destruídas sul-coreanas na Ilha Yeonpyeong no Mar Amarelo em 26 de novembro de 2010, após um ataque de artilharia e mísseis da Coreia do Norte em 23 de novembro de 2010 (Chung Sung-jun/Getty Images)
Casas destruídas sul-coreanas na Ilha Yeonpyeong no Mar Amarelo em 26 de novembro de 2010, após um ataque de artilharia e mísseis da Coreia do Norte em 23 de novembro de 2010 (Chung Sung-jun/Getty Images)

Kim Yong-chol também seria responsável pela instalação de minas terrestres na Zona Desmilitarizada entre o Norte e o Sul que mutilaram dois soldados sul-coreanos em agosto de 2015.

O Departamento de Reconhecimento também é culpado pelo ciberataque de 2014 à Sony Pictures Entertainment.

A agência de notícias sul-coreana Yonhap chamou Kim Yong-chol de “linha-dura”, e que sua inclusão na delegação olímpica “provavelmente suscitará controvérsia, já que ele está na lista negra das sanções unilaterais de Washington e Seul”.

Kim Yong-chol (centro) caminha próximo de soldados sul-coreanos após um diálogo entre generais coreanos no lado sul da vila de armistício de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada, em 14 de dezembro de 2007 (Jung Yeon-je/AFP/Getty Images)
Kim Yong-chol (centro) caminha próximo de soldados sul-coreanos após um diálogo entre generais coreanos no lado sul da vila de armistício de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada, em 14 de dezembro de 2007 (Jung Yeon-je/AFP/Getty Images)

A cerimônia de encerramento está agendada para domingo, 25 de fevereiro.

Cho Myoung-gyon, o ministro da unificação da Coreia do Sul, disse que as sanções envolvem um congelamento de ativos, não uma proibição de viagem, então eles não impedirão que Kim Yong-chol vá ao Sul.

“O governo acredita que o despacho da delegação norte-coreana ajudará a melhorar as relações intercoreanas e a paz na Península Coreana, incluindo a desnuclearização do Norte”, afirmou o Ministério da Unificação. “Nesse sentido, Seul aceitará sua visita.”

Ivanka Trump, a filha do presidente norte-americano Donald Trump e uma importante consultora da Casa Branca, visitará a Coreia do Sul no mesmo fim de semana e se reunirá com o presidente sul-coreano Moon Jae-in na sexta-feira, informou a Reuters. Ela não tem planos de se encontrar com funcionários da Coreia do Norte, disse um funcionário da administração dos Estados Unidos aos repórteres.

Os líderes da oposição na Coreia do Sul protestaram contra a inclusão de Kim Yong-chol na delegação.

“A única razão pela qual Kim Yong-chol, o principal culpado do naufrágio do Cheonan e de outras provocações contra o Sul, deveria colocar os pés no Sul seria para pagar por seus crimes e se ajoelhar diante” das vítimas dos ataques e do povo sul-coreano, disse a congressista Jun Hee-kyung, uma porta-voz do principal partido opositor, a Liberdade Coreia, num comunicado, informou o Yonhap.