O presidente do Equador, Daniel Noboa, disse nesta terça-feira em entrevista à emissora de televisão “Ecuavisa” que não reconhecerá o resultado das próximas eleições na Venezuela, que ainda não foram marcadas, “já que não serão eleições livres”.
No sábado passado, o governo do Equador criticou a desqualificação política decidida na última sexta-feira pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela contra a candidata presidencial da oposição, María Corina Machado.
“O Equador rejeita a confirmação do Supremo da Venezuela de desqualificar María Corina Machado, líder opositora e vencedora das eleições primárias de outubro de 2023, de ocupar cargos públicos por 15 anos”, declarou o Ministério das Relações Exteriores do Equador no sábado em sua conta na rede social X (ex-Twitter).
“Essa decisão é contrária ao espírito dos acordos de Barbados, com o objetivo de facilitar a realização de eleições democráticas e transparentes na Venezuela”, acrescentou o órgão.
O regime venezuelano garantiu que o caso de Machado está “transitado em julgado”, mas também afirmou que permanecerá na mesa de diálogo com a oposição, que o acusa de ter violado os acordos assinados em Barbados em outubro do ano passado.
Na última terça-feira, Noboa rejeitou a oferta de Maduro, feita a ele dias atrás, de buscar a cooperação em segurança da Venezuela em vez da assistência dos EUA.
“Obrigado, mas não, obrigado. Essa é a minha resposta. Já tenho lutas suficientes aqui neste país para acrescentar mais uma. Eu simplesmente não quero. Muito obrigado”, disse Noboa.
O presidente equatoriano respondeu ao conselho dado por Maduro em sua última fala ao Parlamento para aprender com as experiências da Venezuela contra as gangues criminosas.
“Presidente Noboa, se você quer ter um sistema de segurança e um sistema penitenciário, olhe para nós, não para o Comando Sul. O que o Comando Sul vai fazer é intervencionismo e colonialismo”, disse Maduro.
Na semana passada, uma delegação de altos funcionários do governo dos Estados Unidos visitou o Equador para coordenar a ajuda que o governo do presidente Joe Biden dará ao país para enfrentar o conflito armado interno, que declarou contra o crime organizado.
Noboa afirmou que o apoio dos EUA para enfrentar essa guerra declarada contra as gangues criminosas se concentrará em equipamentos, treinamento, inteligência, proteção de portos e fronteiras e identificação das fontes de financiamento dos grupos narcoterroristas.