Os americanos Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson foram agraciados com o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas de 2024 por seus estudos sobre como as instituições são formadas e afetam a prosperidade, anunciou a Real Academia Sueca de Ciências nesta segunda-feira (14).
“Reduzir as enormes diferenças de renda entre os países é um dos maiores desafios de nosso tempo. Os laureados demonstraram a importância das instituições sociais para alcançar esse objetivo”, disse Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio de Ciências Econômicas.
Os três premiados, de acordo com o comitê, demonstraram a importância das instituições sociais para a prosperidade das nações e que as sociedades com um Estado de Direito fraco e instituições que tendem a explorar a população não geram crescimento e mudanças para melhor.
Ainda segundo os avaliadores, os laureados demonstraram que uma das explicações para as diferenças na prosperidade dos países são as instituições sociais que foram introduzidas durante a colonização.
A criação de instituições inclusivas gerou riqueza, enquanto as instituições extrativistas, embora produzam ganhos de curto prazo para os que estão no poder, não melhoram a situação geral da população.
Entretanto, eles também mostram que a mudança é possível e que novas instituições podem ser formadas. Em algumas circunstâncias, um país pode se libertar de suas instituições herdadas para estabelecer a democracia e o Estado de Direito. No longo prazo, essas mudanças também levam à redução da pobreza.
Com base em uma análise da situação na cidade de Nogales, na fronteira entre Estados Unidos e México, os três economistas mostram que não é a geografia ou a cultura, mas as instituições que são decisivas.
“As pessoas ao norte da cerca vivem no sistema econômico dos EUA, o que lhes dá mais oportunidades de escolher sua educação e profissão. Elas também fazem parte do sistema político dos EUA, que lhes dá amplos direitos políticos”, enfatiza o comitê.
“Ao sul da cerca, os residentes não são tão afortunados. Eles vivem em outras condições econômicas e o sistema político limita seu potencial de influenciar a legislação”, ressalta a entidade.