Nicarágua rejeita acusações de Israel de que é “base para terrorismo regional”

Por Agência de Notícias
21/10/2024 22:17 Atualizado: 21/10/2024 22:17

A Nicarágua rechaçou nesta segunda-feira (21) as acusações da embaixadora e do cônsul de Israel na Costa Rica, Mijal Gur Aryeh e Amir Rockman, respectivamente, de que a ditadura do país centro-americano, liderada por Daniel Ortega, quer instalar, junto com o Irã, “uma base para o terrorismo na América Central”.

“Nessas declarações, as autoridades israelenses afirmam que na Nicarágua existe agora uma base terrorista que é usada como plataforma para o terrorismo na região”, declarou a Missão Permanente da Nicarágua nas Nações Unidas em uma nota enviada ao escritório do secretário-geral da ONU e lida em Manágua pela esposa do ditador do país, Rosario Murillo.

Na nota, a Nicarágua explicou que, “em firme conformidade com suas obrigações internacionais, rompeu relações com o Estado de Israel e também solicitou sua intervenção no caso apresentado pela República da África do Sul por violações da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza”.

Além disso, o país acrescentou que “está tomando outras medidas legais para ajudar a interromper o genocídio do povo palestino e acabar com a ocupação ilegal de Israel, conforme confirmado pela Corte Internacional de Justiça em suas duas opiniões consultivas”.

“A Nicarágua deseja ressaltar ao secretário-geral e aos Estados-Membros que a escalada das declarações de Israel contra a Nicarágua são tentativas inaceitáveis de desacreditar as ações oportunas e legais que a Nicarágua está tomando em defesa do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, ressaltou.

Ortega é um dos principais aliados do Irã na América Latina e, em 10 de janeiro de 2012 apoiou o programa nuclear do Irã e pediu a Israel que “se desarmasse” para evitar uma guerra.

Em fevereiro de 2023, os governos dos dois países assinaram um memorando de cooperação e consultas públicas durante a visita do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, a Manágua.

As relações entre Irã e Nicarágua têm sido muito próximas desde que Ortega voltou ao poder, em janeiro de 2007.